O advogado Marcelo Meneses, que representa os oito guardas municipais presos na manhã desta terça-feira (27), em Ponta Porã, distante 313 quilômetros de Campo Grande, afirmou em nota “inconformismo e surpresa” com a prisão dos agentes, durante a terceira fase da Operação Deviare. No documento, a defesa alega que as prisões revelam “a fragilidade e a ausência de provas” que sustentam as acusações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Destacou, também, que quando tiver acesso aos autos, pedirá revogação das prisões preventivas. De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, os mandados são desdobramentos das investigações feitas a partir do material apreendido em fases anteriores, especialmente celulares. Com mais esse grupo, chega a 32 o total de agentes da GCMFron (Guarda Civil Municipal de Fronteira) investigados no âmbito da operação, deflagrada pela primeira vez em setembro do ano passado. Os dados revelaram que os oito guardas municipais alvos dos mandados cumpridos nesta terça, assim como os outros investigados, usavam de suas funções públicas para, rotineiramente, obter vantagens indevidas na região de fronteira. As supostas extorsões eram praticadas contra pessoas em situação ilegal, principalmente contrabandistas, os chamados “sacoleiros”. O quadro de corrupção era sistêmico, segundo o Gaeco. Os guardas são investigados por associação criminosa, peculato, comércio ilegal de armas de fogo e outros delitos correlatos. O nome da operação faz alusão ao ato de desviar (em italiano), já que a investigação começou em razão do desvio de armas de fogo e munições por parte de guardas de Ponta Porã, em agosto de 2021.
