Putin acusa Polônia de intervir na guerra da Ucrânia e adverte: 'território foi presente de Stalin. Vamos lembrá-los' (vídeo)
247 - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez declarações nesta sexta-feira (21) afirmando que a Polônia está planejando intervir na Guerra da Ucrânia, enviando tropas para o oeste do país vizinho com o apoio de outras nações do Ocidente. As acusações foram embasadas em um relato apresentado pelo chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro russo, Serguei Narichkin, durante uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, que discutiu a atual situação da contraofensiva russa no nordeste ucraniano, região de Donbass."O Ocidente começou a compreender que a derrota da Ucrânia é apenas uma questão de tempo. Nesse sentido, a liderança polonesa intensifica a intenção de controlar os territórios ocidentais da Ucrânia, destacando suas tropas para lá", afirmou Narichkin, citado por Putin. O presidente russo acrescentou que os líderes poloneses provavelmente pretendem formar uma coalizão sob a proteção da Otan para intervir no conflito ucraniano, com o objetivo de recuperar territórios históricos, incluindo a atual Ucrânia ocidental.Historicamente, a região oeste da Ucrânia tem proximidade cultural com a Polônia, enquanto o leste é predominantemente russófono, como é o caso nas regiões de Donbass e da Crimeia. A tensão aumentou ainda mais com as recentes movimentações militares da Polônia na fronteira com Belarus, após exercícios do exército bielorrusso com mercenários do Grupo Wagner, que são oriundos da Rússia.Outro ponto de destaque nas declarações de Putin, segundo a Folha de S. Paulo, foi sua promessa de defender Belarus em caso de um ataque estrangeiro, afirmando que "uma agressão contra Belarus será considerada uma agressão contra a Rússia". Isso ocorre após o reforço de tropas polonesas na fronteira com Belarus, devido ao uso do território bielorrusso pelos russos para atingir a Ucrânia.Para complicar ainda mais a situação, Putin anunciou a instalação de ogivas nucleares táticas em Belarus, o que levou a Polônia a solicitar o mesmo dos Estados Unidos. Essas movimentações têm gerado preocupações regionais e internacionais.As declarações de Putin têm causado preocupação, especialmente por envolverem a Otan, aliança militar liderada pelos EUA. Em junho, o ex-secretário-geral da Otan, Anders Rasmussen, já havia mencionado a possibilidade de envio de tropas individuais polonesas e bálticas para a Ucrânia, dado que a aliança não havia se comprometido a evitar o conflito.A situação se agrava com a suspensão da participação russa no acordo que permitia à Ucrânia escoar sua produção vital de grãos pelo mar Negro. Putin reclama que a contrapartida combinada não foi cumprida, resultando em um bombardeio de posições portuárias da Ucrânia, inclusive silos de grãos, na região de Odessa, sudoeste do país, sob controle de Kiev.Além disso, Moscou e Kiev afirmam que qualquer navio no mar Negro em direção aos portos do adversário é considerado um alvo militar legítimo. Essa situação tem causado protestos internacionais, com preocupações sobre a possibilidade de ataques a embarcações civis inocentes.As tensões entre a Rússia e a Polônia também atraíram a atenção de outros países. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, manifestou apoio às expectativas de Putin em relação aos países ocidentais e acredita que conversas planejadas com o líder russo podem levar à retomada do acordo dos grãos no mar Negro.Nesse cenário, a tensão continua a crescer na região, e a situação é acompanhada de perto pela comunidade internacional.Putin diz que território da Polônia Ocidental foi um presente de Stalin. “Nossos amigos em Varsóvia esqueceram disso? Vamos lembra-los”.Líder russo citou nesta sexta (21) episódios, ao longo do século passado, em que poloneses teriam tomado terras de Moscou.(Via: @SamPancher) pic.twitter.com/DtaiHokFKg— Metrópoles (@Metropoles) July 21, 2023