Aos 17 anos, Maria Fernanda Castilho Acosta carrega no braço um violino que vai além da técnica. O instrumento é resultado de planejamento, trabalho e escolhas. Formada pelo Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, ela conseguiu comprar seu primeiro violino de luthier somando a bolsa de estudos que recebe do Instituto à renda obtida com a venda de doces nos intervalos das atividades. Hoje, Maria Fernanda é spalla da Orquestra Jovem do Moinho Cultural e integra o Legatto, grupo de destaque da instituição. Mais do que títulos, o percurso revela constância. “Ter um violino bom sempre foi um sonho. A bolsa do Moinho me ajudou a começar a me planejar, mas eu sabia que precisaria de mais. Então comecei a vender brigadeiro no Moinho para juntar o restante. Cada pedacinho desse instrumento tem meu esforço ali”, conta. Ela tinha nove anos quando a mãe a levou para o teste de ingresso. “Meu primeiro contato com o Moinho foi pela minha mãe. Eu comecei a tocar violino sem nenhum motivo em especial, mas fui evoluindo e me apaixonando”, lembra. O vínculo com o instrumento veio junto com a descoberta de um lugar de pertencimento. “Eu sou muito grata ao Moinho, porque foi graças a ele que pude conhecer o violino e conhecer pessoas especiais para mim”, afirma. A evolução dentro da sala de ensaio trouxe novas responsabilidades. Hoje, como spalla, Maria Fernanda ocupa uma posição que exige escuta e liderança. “É outra emoção. Ser spalla me ajuda muito a evoluir e exige escuta, liderança e confiança”, disse. Além da bolsa, a decisão de produzir e vender brigadeiros dentro do Instituto foi um passo de autonomia. “Eu gosto do violino porque o som dele é único. É complexo, é desafiador, é fundamental numa orquestra. Ter um instrumento de qualidade significa ter mais possibilidade de crescer”, explica. Com oito anos de trajetória no Moinho Cultural e o violino dos sonhos em mãos, Maria Fernanda mira o próximo passo: cursar bacharelado em música, integrar orquestras profissionais e viver da arte. O apoio familiar acompanha o caminho. “Minha mãe sempre apoia. Tenho dois irmãos que fazem música também. Um deles já está planejando comprar um violoncelo com ajuda da bolsa do Moinho. A gente cresce junto”, concluiu. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .