Moradores de municípios do interior de Mato Grosso do Sul têm buscado alternativas para enfrentar as altas temperaturas registradas durante a nova onda de calor que atinge o Estado. Com máximas que se aproximam dos 40°C, rios, balneários e áreas de lazer ao ar livre se tornaram os principais refúgios da população. Em Três Lagoas, cidade a 327 km da Capital, o jornalista Alfredo Neto relata que o calor intenso já faz parte da rotina. “A gente sabe na pele o calor que está fazendo. Aqui o pessoal vai para os rios, como a Cascalheira e Jupiá, às margens do Rio Paraná, além do Balneário Municipal, no Rio Sucuriú”, conta. Já em Água Clara, o cenário é semelhante. Segundo o morador Paulinho Munhoz, muitas vezes não há para onde fugir. “É ar-condicionado, ventilador e os rios que banham a cidade. O problema é que isso chega a um ponto perigoso, porque já tivemos muitas mortes no Rio Verde. Também tem o Rio Barra Mansa e o Boa Vista. E o pessoal consome bastante tereré para tentar amenizar o calor”, afirma. Em Cassilândia, a falta de um balneário municipal é sentida pela população. “Aqui as pessoas vão para balneários de fora ou para o rio para se refrescar. Devia ter um balneário em Cassilândia para as famílias passarem o dia. Eu sempre vou ao rio com a minha família”, diz o morador Erike Aguiar. Onda de calor - O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um aviso de onda de calor com grau de severidade “Grande Perigo”, válido entre 23 de dezembro de 2025, às 15h, e 29 de dezembro de 2025, às 18h. O alerta indica risco à saúde, com temperaturas pelo menos 5°C acima da média por mais de cinco dias consecutivos. As cidades de Mato Grosso do Sul afetadas são: Água Clara, Anaurilândia, Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul, Bataguassu, Batayporã, Brasilândia, Cassilândia, Inocência, Paranaíba, Selvíria, Três Lagoas e Santa Rita do Pardo. A recomendação é que a população, em caso de emergência, entre em contato com a Defesa Civil pelo telefone 199. Entenda - A nova onda de calor ganha força logo na primeira semana do verão, que começou sob a atuação de um bloqueio atmosférico sobre parte do Brasil. Esse fenômeno é causado por grandes sistemas de alta pressão, que dificultam a formação de chuvas mais organizadas e favorecem a permanência do calor por vários dias. Mesmo assim, pancadas de chuva isoladas ainda podem ocorrer, típicas do verão, algumas com forte intensidade e acompanhadas de raios. Ondas de calor podem acontecer em qualquer época do ano, mas são mais intensas na primavera e no verão, quando há maior incidência solar. A Organização Meteorológica Mundial considera onda de calor quando as temperaturas ficam ao menos 5°C acima da média por cinco dias ou mais. Outro fator que agrava o desconforto é a ocorrência de noites abafadas, com temperaturas mínimas elevadas, dificultando a perda de calor acumulado durante o dia e aumentando o desgaste físico, especialmente em áreas urbanas. O aumento na frequência e intensidade das ondas de calor é um alerta antigo da Organização Meteorológica Mundial e da Organização Mundial da Saúde. Os anos de 2023 e 2024 foram os mais quentes já registrados desde o período pré-industrial (1850–1900). Em 2024, pela primeira vez, a temperatura média global ultrapassou o limite de 1,5 °C, considerado um patamar de alerta pelo Acordo de Paris. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.