Corredores e público presente encararam forte calor e temperaturas elevadas durante a realização da Corrida São Silvestre de Campo Grande, que foi realizada na manhã deste domingo (28), com percursos de 5 km e 15 km. “Foi pancada, hein! Nesse sol, então”, resumiu o jovem Gustavo Bueno, 20 anos, ajudante de pedreiro e pintor, primeiro colocado nos 5 km, que cruzou a linha de chegada com 17min54s. “Estou muito feliz com a conquista, você vê o resultado do esforço, quando eu comecei não conseguia nem correr 500 metros. Corrida para mim é tudo”, completou o atleta, que disputa provas há apenas dois meses de forma profissional. Na mesma distância, a vice-campeã Alaine Almeida, 39, autônoma, celebrou o resultado: “Tô sentindo gratidão. Encerrar o ano com mais uma corrida, sabendo que os treinos estão dando resultado. A corrida é minha cura”. Ela reconheceu o desafio: “Percurso difícil porque tá muito quente, muita subida. Peguei água e precisei jogar no corpo”. Entre os 15 km, a campeã feminina Adriely Barbosa, 37 anos, professora, comemorou surpresa: “Tô muito feliz porque não vim com pretensão de ganhar. Para mim, corrida é saúde e vencer a mente. Ela me tirou do fundo do poço e hoje sei meu papel na sociedade.” Já o vencedor do mesmo percurso na categoria masculina, Jackson Marlon, 34 anos, contou com a estratégia. “Percurso duro, muita subida. Fiz a primeira parte mais lento e depois foquei. Treino à noite seis vezes por semana. Correr é saúde e expectativa de vida melhor”, relatou. Apoio das famílias - No início da manhã, o público se espalhou pelos altos da Avenida Afonso Pena para acompanhar a prova. O evento teve presença marcante de famílias. Regiane Romano, 50 anos, dona de casa, acompanhou a corrida esperando o irmão, caminhoneiro: “Corrida pra mim é um antidepressivo, um vício bom. Desde 2003, a família corre.” Ao lado dela, a filha Ana Julia Romano, 14, já atleta em formação, destacou: “Já participei de mais de 30 corridas. Peguei gosto na família e quero ser profissional.” Entre os espectadores, a analista de suporte Jéssica Carvalho, 35, dividiu a alegria com parentes que vieram do Paraná: “Gratificante estar com a família assistindo. Eles iam embora cedo, mas decidiram ficar pra acompanhar.” A mãe dela, Cleuza Carvalho, 68, completou orgulhosa: “Eu sempre gostei de esporte. Além da saúde que melhora, cada medalha é um orgulho.” A corredora e professora Pâmela Romeiro, de 36 anos, destacou o apoio do esposo Isidro José que a incentiva desde quando começou a correr, em 2023. “Em toda corrida, meu esposo e meu filho Bento estão me esperando na linha de chegada. Isso é uma motivação. Para mim, essa prova é um encerramento de ciclo; é para fechar o ano com muita gratidão”, concluiu. Prova se consolida no calendário - Em entrevista para o Campo Grande News , o organizador Roberto Ajala, 38, comemorou o crescimento da prova de corrida de rua. “Começou na pandemia em 2020 de forma virtual e hoje bateu recorde de participantes sendo quase 700 pessoas. É muita alegria porque depois da pandemia a corrida cresceu muito.” Segundo Ajala, o evento atraiu moradores e visitantes que vieram para o fim de ano. “Desde as 4h30 já tinha gente aqui. Isso mostra que a prova de 5 km criada para chamar o pessoal que não corre, está incentivando as pessoas a sairem de casa para se exercitar.” Com atletas de diferentes idades, famílias reunidas e o desafio extra das altas temperaturas, a prova se fortalece como último grande evento esportivo do ano em Campo Grande e se consolida no calendário da cidade. A expectativa agora é de ainda mais participantes em 2026.