O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), referência para reajustes de aluguéis e contratos, encerrou 2025 com deflação de 1,05%, segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgados nesta segunda-feira (29). Em dezembro, o indicador registrou baixa de 0,01%, depois de alta em novembro, refletindo menor pressão de preços na economia. A queda acumulada foi puxada principalmente pelos preços no atacado e pela melhora das safras agrícolas. Segundo o economista Matheus Dias, do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, "o IGP-M encerra 2025 com queda acumulada de 1,05%, resultado que reflete um ano marcado pela desaceleração da atividade global e elevada incerteza". Ele acrescentou que a redução nos preços ao produtor e de matérias-primas reforça a deflação no índice. "O resultado sugere um ambiente de menor pressão de custos para 2026", afirmou Dias. O IGP-M é composto por três indicadores: o IPA (Índice de Preços ao Produtor), que representa 60% do cálculo e caiu 3,35% no ano; o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), com peso de 30%, que subiu 0,24% em dezembro; e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), com 10% de peso, que registrou alta de 6,01% no acumulado de 2025. O IPA, que mede preços no atacado, caiu 0,12% em dezembro. Dentro dele, matérias-primas brutas e bens intermediários recuaram, enquanto bens finais subiram 0,07%. Apesar da deflação do IGP-M, a queda não garante redução nos aluguéis. Nos contratos que usam o índice como referência, o reajuste pode ser menor ou até negativo, desde que previsto em contrato. Porém, muitos contratos recentes adotam o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, que deve fechar 2025 em 4,32%, ainda dentro da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Além disso, oferta e demanda de imóveis, renegociações e valores praticados no mercado influenciam o preço final dos aluguéis. O IGP-M é calculado mensalmente pela FGV e acompanha a variação de preços em diferentes etapas da economia. Ele serve como referência para reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas como energia e telefonia e contratos de prestação de serviços. A deflação de 2025 indica um cenário de menor pressão de custos, mas não altera necessariamente os preços pagos pelos consumidores no mercado imobiliário.