Ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez apresenta atestado médico, usa cidadania espanhola e foge de CPI

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Executivo que esteve à frente da megaverejista por 20 anos, durante todo o período em que ocorreram as fraudes contábeis que levaram à quebra da empresa, será reconvocado

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Da sucursal de Brasília do 247 - Miguel Gutierrez, que por 20 anos foi o principal executivo da Americanas S/A, faltou à oitiva de depoimento para a qual estava convocado nesta terça-feira (1), na retomada dos trabalhos da “CPI das Americanas”.Por volta das 14h, os advogados de Gutierrez, que já haviam obtido sucesso parcial no Supremo Tribunal Federal porque o STF permitiu que ele ficasse calado na sessão de inquérito, anunciaram ao comando da Comissão que Gutierrez faltaria à convocação. Ele não viajou a Brasília, usou sua dupla cidadania espanhola para ficar na Espanha, onde criou uma empresa de consultoria, e apresentou um atestado médico."Temos de verificar quais medidas judiciais precisam ser tomadas para garantir que ele venha", cobrou a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) dirigindo-se à Mesa Diretora da CPI. A Comissão Parlamentar de Inquérito avalia remarcar uma nova data para o depoimento e solicitar a ação do Ministério da Justiça e do Itamaraty para que negociem junto ao Governo espanhol a extradição de Gutierrez.Essa medida, contudo, seria inédita e é de difícil execução. Miguel Gutierrez é a “caixa preta” das fraudes cometidas na Americanas S/A que prejudicou acionistas minoritários, instituições financeiras, fornecedores e provocou desemprego e fechamento de lojas. A CPI segue os trabalhos nesta terça-feira ouvindo as empresas de auditoria que foram usadas nos balanços - depois, revelaram-se, fraudados - da megavarejista.