Celso Amorim critica sanções e afirma que Brasil busca voltar a financiar exportações para Cuba
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Assessor de Assuntos Internacionais de Lula, Celso Amorim, aborda questões sobre dívida, relações com Cuba, com os EUA e papel do Brasil no cenário global
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247 - No centro das atenções internacionais, o Brasil almeja reativar o financiamento de exportações para Cuba, em meio a um cenário de austeridade econômica e desafios sociais no país caribenho, disse o assessor para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, em entrevista ao jornal O Globo.Segundo Amorim, o principal obstáculo reside em uma dívida acumulada de aproximadamente US$ 520 milhões, oriunda de financiamentos concedidos pelo BNDES para apoiar a exportação de produtos e serviços de empresas brasileiras, notadamente a construção do Porto de Mariel. Amorim destaca a necessidade de encontrar uma solução justa e legal para esse impasse, mencionando a possibilidade de renegociação de dívidas, uma prática comum em relações internacionais.Em relação à recente visita de Amorim a Cuba, onde a crise econômica e social é notável, o assessor salientou a importância de não isolar o país caribenho. Ele enfatizou a necessidade de integrar Cuba na comunidade latino-americana e caribenha como uma medida para buscar estabilidade em uma região frequentemente marcada por instabilidades. Ele criticou a eficácia das políticas de isolamento e sanções, argumentando que o desenvolvimento é mais bem alcançado através da cooperação e da inclusão.No contexto das relações bilaterais entre Brasil e Cuba, Amorim relembrou os investimentos anteriores realizados pelo Brasil, sublinhando que a dívida só se acumulou após mudanças políticas em Cuba. Ele destacou que a busca por uma solução justa e benéfica para ambas as partes é fundamental, observando que países europeus e os Estados Unidos também recorreram a renegociações de dívida em circunstâncias similares.Quando questionado sobre os planos de Lula para ajudar Cuba e sua próxima visita ao país, Amorim mencionou o desejo de fortalecer as relações bilaterais e destacou o papel que Cuba desempenhou como mediador em momentos críticos da política internacional. Ele também abordou a questão do embargo americano a Cuba e a importância de um posicionamento global contra a aplicação extraterritorial da lei.Amorim explorou ainda a possibilidade de auxílio financeiro ao invés de doações de alimentos, ressaltando o interesse mútuo em fortalecer a produção e a energia em Cuba. Essa mesma abordagem se aplica à Venezuela, outro país que enfrenta desafios semelhantes.