Durante operação, moradores passam por cadastramento de programas sociais
A SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) entrou em cena e irá cadastrar os moradores do condomínio invadido Carandiru em programas sociais, inclusive de habitação, na manhã desta terça-feira (6). Ao todo, 46 apartamentos do condomínio são alvos de buscas da polícia durante a Operação "Abre-te Sésamo", contra criminalidade no local. Assistentes sociais, Conselho Tutelar e Corpo de Bombeiros acompanham a operação policial. A Energisa chegou há pouco para investigar denúncia de furto de energia elétrica. Apesar de o condomínio estar irregular, muitas pessoas pagam aluguéis e não têm condições de sair do local. A operação da Polícia Civil evidencia a vulnerabilidade de muitas famílias. "A maioria das pessoas ali também trabalha. Não é só porque a gente mora em um lugar desse que só tem bandido", diz a moradora, auxiliar de serviços gerais, que pediu para não ter o nome divulgado. Ela mora no imóvel com três filhos e a nora, que está grávida. "Minha filha tem problema de saúde, ansiedade e depressão. Meu filho, de 16 anos, foi levado pela polícia", lamenta a mulher, preocupada com o menino. A irmã de uma moradora chegou preocupada no local nesta manhã. A mulher mora no Carandiru há 20 anos e precisou deixar o filho com a mãe, para que pudesse estudar. "Não tinha como meu sobrinho crescer aqui", pondera a irmã. "Teve uma vez que vi gente saindo com revólver, atirando um no outro, tem pais que mandam crianças entregar droga e já vai crescendo com aquilo ali na cabeça, achando que é certo. A gente não sabe quem é bom e quem é ruim", lamenta. Operação - A operação deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (6), contra a criminalidade dentro de um condomínio invadido, no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande, tem 46 apartamentos alvos de buscas. Até o momento, há informações de mais de 10 prisões em flagrante e dois menores de idade apreendidos. Conforme apurado pela reportagem do Campo Grande News , o local foi invadido há cerca de duas décadas. Há dois blocos divididos e um deles é conhecido como "Carandiru" - este que foi alvo da operação de hoje, denominada "Abre-te Sésamo". A polícia explicou que a maioria dos flagrantes são ligados ao tráfico de drogas e receptação. Os presos estão sendo levados para as delegacias de área de Campo Grande e especializadas. "Nossa delegacia não suporta todos os presos", ponderou a delegada Priscila Anuda, titular da 3ª Delegacia de Polícia Civil, que iniciou a investigação. Além disso, vários produtos sem procedência foram apreendidos. Os moradores do Carandiru são impedidos de deixar o condomínio enquanto os imóveis são alvos de buscas. Ninguém entra e ninguém sai. As ruas ao entorno também foram fechadas e só pode acessar quem é morador ou trabalha na região.