"Eu não matei a minha filha", desabafa mãe de bebê vítima de acidente com moto
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Mãe da menina de sete meses, morta no acidente de trânsito na tarde de ontem (14), lembra com uma simples decisão do cotidiano pode virar tragédia. Ela resolveu sair com a filha de moto e acabou "sem chão", diz. Julgada pela opinião pública, por desrespeitar as regras de trânsito e andar com o bebê na moto, Ana Karolina da Conceição Costa, de 20 anos, garante que tomou todos os cuidados que poderia e lembra que, na periferia, a maioria das mães não tem dinheiro para se locomover em carros de aplicativos. "A gente não estava errado, a neném estava no canguru, super amarrada em mim”. Ana teve gêmeas. Uma estava ontem com ela, a outra na casa da avô paterna. Ela explica que iria almoçar na casa da mãe, usando o único meio de locomoção dela e do atual companheiro. Mas no cruzamento da Rua Nasri Siuf com a Rio Brilhante, região do Bairro São Jorge da Lagoa, a tarde acabou. Com apenas escoriação leve no ombro, a jovem e o marido (que conduzia a moto) saíram praticamente ilesos ao serem atingidos por um Fiat Strada, que tentava a conversão à esquerda. Com o impacto, os três foram jogados ao chão e a menina bateu a cabeça. Nem o motorista do veículo, nem o condutor da motocicleta tinham Carteira de Habilitação, mas nenhum foi preso. Apenas os veículos foram recolhidos ao pátio do Detran. Hoje, Ana teve de sepultar a filha e ainda enfrentar acusações de negligência. “Tá doendo demais, é uma parte que eu sempre carreguei, não fui eu que matei minha filha, isso foi um acidente, uma tragédia”. A avó materna, Cláudia da Conceição Lopes, de 43 anos, pede para que as pessoas parassem de julgar a mãe da bebê. “Foi um acidente”. As duas, muito emocionadas, contaram que a menina que faleceu era a que mais necessitava de cuidados entre as gêmeas. Quando nasceu, precisou ficar na incubadora, pois a gravidez foi complicada e a pequena veio com problema de fortificação óssea. O pai e a mãe da criança nunca foram casados. Hoje ela tem outro companheiro, que pilotava a moto no momento do acidente. Mesmo assim, o pai biológico garante que nunca deixou as meninas sem amparo. No dia do acidente, uma das gêmeas estava com a mãe dele. Carlos Miguel Souza, de 26 anos, diz que sabe que acidentes acontecem, mas quer investigação para que a imprudência deixe de fazer vítimas em Campo Grande. “Eu sei que foi um acidente, uma fatalidade, mas peço que a polícia não deixe esse assunto cair no esquecimento”, finalizou. Apesar de os pais da bebê estarem separados atualmente, hoje os dois dividem o mesmo sentimento, que é o luto. O caso esta sob investigação da 6° Delegacia de Policia da Capital. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News .