O nome de Daniel Machado Valdez, responsável pela empresa Madestores, tem sido associado a relatos atrasos na venda de móveis sob encomenda, envolvendo consumidores que afirmam ter pago antecipadamente e ainda não recebido os produtos. A situação tem gerado revolta em Campo Grande, especialmente porque há clientes que dizem aguardar a entrega de camas e berços há até dois anos, o que envolve não apenas prejuízo financeiro, mas também sonhos e planos frustrados, principalmente de famílias com filhos pequenos. Vários clientes procuraram o Campo Grande News relatando que o fornecedor não cumpre prazos e que, ao ser cobrado, passou a ofender consumidores, chamando alguns de “corno” e “ viado ”. Um dos clientes, que tenta resolver uma pendência há cerca de dois anos, chegou a chamá-lo de “ vagabundo ” depois de ser ofendido em um grupo criado por pessoas que aguardam produtos ou reembolso. A resposta, segundo os relatos, foi imediata, com xingamentos. Prints das conversas foram encaminhados à reportagem. Além dos relatos, quatro casos já foram levados pelos consumidores à Justiça, todos com queixas semelhantes de pagamento antecipado e de não entrega dos móveis. Nos processos, os consumidores afirmam ter pago valores que variam de R$ 295,00 a R$ 1.800,00, sem receber os produtos dentro do prazo prometido. Em alguns casos, os clientes relatam tentativas frustradas de contato e busca por solução no Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) antes de recorrer ao Judiciário. Uma das consumidoras relata que comprou a cama e recebeu o produto normalmente. Meses depois, após um acidente com um escorpião dentro de casa, ela solicitou a instalação de pés na estrutura por questões de segurança. O marceneiro retirou o móvel para fazer a adaptação, mas a cama nunca mais foi devolvida. “Ele diz que vai entregar, mas já fazem quase dois anos. Pedi os pés na cama depois do acidente. Ele levou a cama e nunca mais trouxe”, afirma. Outro cliente afirma ter pago R$ 1.800,00 à vista por uma cama e aguardado cerca de um ano pela entrega. Quando o móvel chegou, segundo ele, estava em péssimas condições. “A madeira tinha mofo, não tinha acabamento e meu filho se machucou. Fiquei no prejuízo total, foi um sonho frustrado”, diz. Em menos de três meses, ele afirma que precisou se desfazer do móvel. Há ainda o caso de uma mãe que pagou R$ 800,00 à vista, em outubro, por um berço e nunca recebeu o produto. “Ele marca data, mas não cumpre. Agora marcou de novo, mas já sei que não vai entregar,” afirma. O que diz o responsável - Em resposta, Daniel Machado Valdez afirmou que o aumento da demanda por móveis sob encomenda fez com que assumisse mais pedidos do que a marcenaria conseguia atender, o que resultou em uma grave crise financeira, com dívidas e pedidos em aberto. Ele disse que nunca deixou de responder os clientes, que criou um grupo no WhatsApp para tratar das pendências e que atualmente restaria apenas um pedido não entregue. Segundo ele, trabalha sozinho, sem funcionários, vem se dedicando intensamente para honrar os compromissos e decidiu recomeçar após enfrentar problemas financeiros e de saúde emocional. Afirmou que também foi alvo de ofensas e humilhações por parte de alguns clientes e que, por trabalhar sozinho e sem estrutura financeira, não conseguiu se defender publicamente ou juridicamente. Ele reconhece um episódio isolado de resposta inadequada, ocorrido após ataques pessoais em um grupo de pendências, e diz que reagiu no mesmo tom das ofensas recebidas. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .