Ibovespa avança 1,36%, com ajuda de commodities e EUA, e dólar cai 0,57%, a R$ 4,79
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Inflação mais fraca nos Estados Unidos e melhora do ambiente político na China foram principais motivadores das altas
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Vitor Azevedo, Infomoney - O Ibovespa fechou em alta de 1,36% nesta quinta-feira (13), aos 119.263 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, mais um dia, as notícias vindas do exterior e foi puxado também pelas empresas exportadoras de commodities. Em Nova York, Dow Jones, SP 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,14%, 0,85% e 1,58%.“Os dados de inflação nos Estados Unidos continuam mostrando desinflação, o que favorece as taxas de juro globalmente e aumenta o apetite a risco como um todo”, explica Matheus Sanches, analista e sócio da Ticker Research.Nos EUA, após o CPI da véspera vir mais fraco do que o esperado, hoje foi a vez de a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) mostrar certa desaceleração da economia norte-americana. O índice teve alta de 0,1% em junho, contra 0,2% do consenso. Ao mesmo tempo, o número de pedidos de seguro-desemprego ficou em 237 mil na semana encerrada no dia 8 de julho, abaixo das estimativas de 250 mil, mostrando certa resiliência da economia.O melhor cenário para os especialistas é um no qual a economia americana se mantenha aquecida, sem recessão, enquanto a inflação perde força.Os treasuries yields para dois anos perderam 11,8 pontos-base, a 4,62%, e os para dez anos, 9,8 pontos, a 3,763%.O dólar, com isso, voltou a se enfraquecer mundialmente. O DXY, que mede a força da divisa americana frente a outras de países desenvolvidos, caiu 0,75%, a 99,77 pontos, patamar não visto desde o início do ano passado. Frente ao real, a queda foi de 0,57%, a R$ 4,79.“Nos EUA, o índice de preços ao consumidor de junho desacelerou mais do que o esperado, sugerindo que o Federal Reserve poderá em breve recuar de sua política de aperto. Os preços ao produtor nos EUA pouco subiram em junho e o aumento anual da inflação ao produtor foi o menor em quase três anos”, explica Carlos Honorato, professor da FIA Business School.Além dos Estados Unidos, houve também boas notícias vindas da China. O premiê do gigante asiático se reuniu com gigantes de tecnologia, em um gesto de apoio ao setor. Após o Partido Comunista, recentemente, ter elevado o tom, a movimentação foi bem recebida e as bolsas por lá fecharam em forte alta.“As melhorias no contexto político envolvendo a China, com aproximação do país com Hong Kong, estão diminuindo as tensões existentes e trazendo boas perspectivas para a bolsa chinesa e sua economia como um todo”, diz Sanches. “Esses dois fatores também trouxeram fluxo comprador para a bolsa brasileira ao longo do dia, especialmente para commodities vinculadas à China, o que colaborou para fortes altas em setores como petróleo, mineração e siderurgia”.Entre as maiores altas do Ibovespa ficaram companhias ligadas à exportação das commodities. As preferenciais série A da Usiminas (USIM5) ganharam 4,49%, as ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3), 4,19%, e as da CSN (CSNA3), 3,26%. Os papéis ON da Vale (VALE3) ganharam 2,233% e os ON e PN da Petrobras (PETR3;PETR4), 1,46% e 1,58%, respectivamente.O noticiário interno, por fim, foi pouco agitado. Honorato destaca a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que falou que agora se “não se discute mais quando será o corte de juros pelo Banco Central, mas sim qual será a magnitude desse corte”. Além disso, o político também afastou as possibilidades de novos benefícios tributários da reforma em andamento.A curva de juros brasileira, contudo, fechou com leve tendência de alta. Os DIs para 2024 foram os únicos que caíram, com menos um ponto-base, a 12,84%. Os para 2025 ganharam 0,5 ponto, a 10,83%, e os para 2027, quatro pontos, a 10,21%. As taxas dos contratos para 2029 subiram quatro pontos, a 10,51%, e as dos para 2031, três pontos, a 10,67%.