Brasil vive epidemia de violência política, diz Miguel Nicolelis
img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2022010714018_3fbb9105-d4d2-4b8a-a376-1da56fefbd76.jpg" width="610" height="380" hspace="5" /
Neurocientista considerou os efeitos do que chamou vírus informacional ao comentar a agressão a Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. Assista na TV 247
br clear="all"
247 - O neurocientista Miguel Nicolelis concedeu uma entrevista à TV 247, em que analisou a recente agressão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e sua família no aeroporto de Roma, associando o episódio à propagação do que ele chama de "vírus informacional" na sociedade brasileira.Para Nicolelis, o "vírus informacional" é uma metáfora que descreve a forma como ideias e informações falsas contaminam o cérebro das pessoas, ativando "arquétipos primitivos" e os instintos mais violentos. Ele explica que simples categorias ou palavras como "comunismo" podem passar a ser interpretadas como ameaças, causando medo e incitando respostas agressivas por parte daqueles que acreditam que sua “tribo” ou “ideologia” esteja sob "perigo".O pesquisador destacou que a propagação viral de ideias ocorre nos dois lados do espectro político, não se limitando a uma ideologia específica. Tais rotinas primitivas têm o poder de anular temporariamente a parte racional do cérebro, o córtex, que é responsável pela tomada de decisões mais ponderadas e racionais. O resultado é a emergência de comportamentos de violência política, como a que sofreu o ministro Moraes.“O ‘vírus informacional’ faz as pessoas terem medo de categorias como 'comunismo' ao ouvir a palavra. Geramos esses vírus que ativam 'arquétipos primitivos' no cérebro. A pessoa pensa que sua tribo será eliminada por um ser intrusivo. Funciona como uma epidemia, ataca o cérebro e apela para os instintos mais violentos, parte da nossa herança biológica. Uma palavra então adquire o caráter de ameaça, terror. Isso ocorre dos dois lados do espectro político, como aqueles que apoiam (o presidente da Rússia, Vladimir Putin). Essas rotinas primitivas passam por cima do córtex, que é a parte racional do cérebro”, considerou Nicolelis.INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - Há três décadas dedicado ao estudo das redes neurais, que são o cerne dos atuais algoritmos de aprendizado de máquina utilizados em sites como o ChatGPT, Nicolelis é uma referência nesse campo. Sua trajetória também se destaca pela expertise em interfaces cérebro-máquina, onde contribuiu significativamente no desenvolvimento de neuropróteses inovadoras capazes de restaurar os movimentos do corpo.O pesquisador teceu considerações sobre a inteligência artificial, criticando a capacidade de criação dos serviços de IA amplamente disponíveis atualmente, como o ChatGPT, da OpenAI, e o Bard, do Google. Ele argumenta que a inteligência artificial depende da intervenção e programação por parte de indivíduos, e, portanto, não pode ser considerada verdadeiramente inteligente.Embora esses sistemas sejam capazes de executar tarefas complexas e aprender com dados existentes, eles não possuem a capacidade intrínseca de criar informações novas, analisou Nicolelis. Em vez disso, são, segundo o neurocientista, "plagiadores de humanos", reproduzindo padrões e informações preexistentes em vez de gerar conhecimento original.“Inteligência artificial não é realmente inteligente, pois depende da intervenção de indivíduos externos. Esses sistemas não possuem capacidade de criar informações novas, são plagiadores de humanos”, afirmou o neurocientista. ASSISTA: