O Brasil chancelou um objetivo chinês na cúpula do BRICS, sem tirar grandes benefícios, diz Paulo Nogueira Batista Júnior
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Segundo o economista, a coordenação do bloco será muito mais difícil, depois da adesão dos novos membros
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247 – Na esteira da 15ª Cúpula de chefes de Estado do BRICS, que trouxe a inclusão de novos membros e discussões sobre uma moeda comum para transações comerciais entre os países, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior concedeu uma entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, na qual expressou suas preocupações e críticas sobre a participação do Brasil no bloco econômico ampliado.O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, saudou os resultados da cúpula como "extraordinários" e destacou os avanços conquistados durante o evento. No entanto, Paulo Nogueira Batista Júnior, ex-vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, apresentou uma perspectiva mais crítica e cética sobre a integração do Brasil no bloco.Uma das principais preocupações levantadas por Batista Júnior foi a diluição da participação brasileira no BRICS com a inclusão de novos membros, como a Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Ele argumentou que, com 11 países no bloco, a coordenação se tornaria mais problemática, sugerindo que a unidade de interesses entre os membros pode ser desafiadora de se alcançar.Além disso, o economista criticou o apoio do Brasil a um objetivo estratégico chinês na Cúpula, observando que o país não parece ter tirado nenhum proveito dessa cooperação. Ele também lamentou a falta de clareza por parte da China e Rússia em relação ao apoio brasileiro no Conselho de Segurança da ONU.No que diz respeito aos novos membros do BRICS, Batista Júnior expressou preocupações específicas. Ele afirmou que a Etiópia tende a alinhar-se com a China, enquanto os Emirados Árabes Unidos possuem uma dimensão territorial limitada. Além disso, questionou o futuro da Argentina após as eleições, destacando a incerteza em relação a esse país sul-americano.O economista enfatizou a importância de reconhecer que o Brasil não necessariamente compartilha os mesmos interesses que a Rússia e a China, sugerindo que é necessário um enfoque mais seletivo e criterioso nas alianças internacionais. Ele também alertou sobre os riscos da dolarização na Argentina, afirmando que isso poderia minar a soberania monetária do país e dificultar qualquer união monetária na região. Assista: