Guterres apresenta novo relatório sobre o Acordo Nuclear
247 - “O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, continua a acreditar que o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) é a melhor opção disponível para garantir que o programa nuclear do “Irã seja pacífico”, sublinhou a vice-chefe das Nações Unidas de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, informa o canal iraniano HispanTV.
Ao ler o 16º relatório do secretário-geral da ONU sobre o acordo nuclear, conhecido pela sigla do seu nome oficial JCPOA, a diplomata disse que Guterres também insistiu que os Estados Unidos devem levantar as sanções contra o Irã e ampliar as isenções relativas ao comércio de petróleo com a República Islâmica do Irã.
Guterres mencionou ainda que, apesar das intensas inspeções e do amplo monitoramento por parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), este órgão ainda não consegue verificar as reservas de urânio enriquecido no país persa.
Ele também considera essencial que o Irã reverta medidas que não são consistentes com os seus compromissos relacionados com a energia nuclear no âmbito do JCPOA, uma vez que prometeu serem “reversíveis”.
A este respeito, Amir Said Irvani, representante do Irã nas Nações Unidas, lembrou que é direito do Irã reduzir as suas obrigações quando a contraparte não implementa o JCPOA, como é o caso dos Estados Unidos e dos países europeus. As medidas corretivas do Irã, acrescentou o responsável persa, são autorizadas pelas cláusulas 26 e 36 do acordo nuclear.
Em 2015, o Irã e seis países (Estados Unidos, Rússia, China, França, Alemanha e Reino Unido) concordaram em levantar numerosas sanções à economia iraniana em troca de uma redução do programa nuclear pacífico de Teerã. No entanto, a JCPOA tornou-se moribundo em 2018 com a retirada unilateral dos EUA, sob a presidência de Donald Trump, e o restabelecimento das sanções.
As partes iniciaram uma série de negociações para salvar o JCPOA com a chegada ao poder da atual Administração dos EUA. No entanto, os esforços diplomáticos multilaterais estagnaram e o Irã culpa os Estados Unidos por não terem garantido que não abandonarão novamente o acordo.