Secretários de Estado deixam cargos para concorrer em eleições municipais de 2024

Movimentação política em São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina e Pernambuco antecipa cenário eleitoral nas maiores regiões do país

247- Nos bastidores políticos de alguns dos maiores estados brasileiros, uma movimentação estratégica está sendo desenhada nos escalões governamentais. A troca de membros do primeiro escalão nos governos de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Santa Catarina é planejada em sintonia com os governadores, visando ampliar o capital político rumo a prefeituras ou câmaras municipais, transformando esses polos em possíveis trampolins eleitorais para aliados em 2026 destaca reportagem de O Globo.
No cenário paulista, a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) pode enfrentar a saída de três secretários estratégicos. A bolsonarista Sonaira Fernandes, da pasta de Políticas para a Mulher, cogita a vice-liderança do prefeito Ricardo Nunes (MDB) ou uma candidatura à Câmara. A titular da pasta de Esportes, Coronel Helena Reis, projeta disputar a prefeitura de São José do Rio Preto. Ambas, do Republicanos, partido de Tarcísio. A terceira baixa provável é o secretário de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento Jr., avaliando uma possível reeleição na Câmara, onde está licenciado.
Essas mudanças já despertam interesses na Assembleia Legislativa (Alesp), com a deputada Valéria Bolsonaro (PL) vislumbrando a sucessão de Sonaira. No entanto, há defensores bolsonaristas para que o governador promova um parlamentar do Republicanos, abrindo espaço para o suplente Danilo Campetti, policial federal afastado por suposto uso inadequado de distintivo e arma durante a campanha de Tarcísio em 2022.
Em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSDB) considera lançar seu secretário de Turismo, Daniel Coelho, como candidato à prefeitura de Recife, enfrentando o projeto de reeleição de João Campos (PSB). A incerteza do prefeito em ceder a vaga de vice ao PT e a aproximação da governadora com o presidente Lula levam os petistas locais a questionarem a aliança com o atual prefeito, gerando interesse por Lyra, apesar do favoritismo de Campos.
Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) planeja a saída do secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, para disputar a prefeitura de Camaçari. O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) desponta como um dos principais candidatos para concorrer à prefeitura de Salvador pelo grupo liderado pelo PT, com apoio do próprio governador e do senador petista Jaques Wagner.
O cenário em Minas Gerais ainda está em fase inicial. Marcelo Aro, chefe da Casa Civil de Romeu Zema (Novo), foi cogitado para a prefeitura de Belo Horizonte, mas negou recentemente. Atualmente, dois membros da gestão Zema participam do processo seletivo do Novo para a pré-candidatura à prefeitura da capital: Luísa Barreto, secretária de Planejamento e Gestão, e Lucas Gonzalez, adjunto da Secretaria-Geral de Governo.
Em Santa Catarina, a secretária estadual de Saúde, Carmen Zanotto, é cotada para buscar a prefeitura de Lages, com grandes expectativas em torno de sua candidatura após a disputa acirrada de 2020, na qual perdeu por uma diferença mínima de 56 votos.