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A ideia é prejudicar a candidatura de Guilherme Boulos, da qual o padre Júlio Lancellotti é simpatizante
O autor da proposta de criação de uma CPI na Câmara de Vereadores de São Paulo para investigar a ação de ONGs que amparam dependentes químicos da Cracolândia paulistana é bem jovem, nasceu em 1988, mas pode ser referido como um velho conhecido. Rubinho Nunes quer enquadrar o Padre Júlio Lancellotti, cuja ação social é a concretização do verdadeiro cristianismo.
Claro, a ideia é prejudicar a candidatura de Guilherme Boulos, da qual Lancellotti é simpatizante – e é natural que o seja, pois ambos são forças mobilizadoras, sintonizadas, em defesa do enorme contingente populacional que vive em condições sub-humanas nas ruas de São Paulo.
Rubinho é um dos fundadores do Movimento Brasil Livre, o MBL, aquele grupo de jovens reacionários que nasceu para estimular a derrubada de Dilma Rousseff. Ele era um dos organizadores daquelas manifestações pró-impeachment que tornaram o verde e o amarelo cores oficiais do golpismo.
De 2011 até hoje, demonstrou sua versatilidade política integrando nada menos que seis partidos: PR, MDB, Patriota, PSL, Podemos e União Brasil.
Em 2016, protocolou o primeiro pedido de impeachment contra um ministro do Supremo Tribunal Federal, acusando Marco Aurélio Mello de agir de forma arbitrária ao determinar, mediante liminar, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, colocasse em votação pedido de impeachment contra o presidente da República, Michel Temer. A coisa toda acabou engavetada.
Em 2018, Lula, preso, teve seus benefícios de ex-presidente da República cortados pelo juiz federal Haroldo Nader, da 6ª Vara de Campinas, em decisão sobre ação popular liderada por Rubinho Nunes.
Ainda em 2018, o jovem político reacionário de Vinhedo, junto com o inefável Kim Kataguiri, entrou com ação para impugnar a candidatura Lula à Presidência da República com base na Lei da Ficha Limpa. A dupla do MBL foi vitoriosa no Tribunal Superior Eleitoral, como se sabe.
Rubinho Nunes integra aquela categoria de jovens políticos autointitulados modernos, que adoram pregar bobagens como meritocracia. O ódio ao Estado e a qualquer ação estatal na direção da justiça social e da igualdade é a marca desses meninos.