![](https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20221005201012_13f51f49fef342d4641240e383e15f641ada8e20129bcc7ad6bd42e77b116398.jpg)
Decano do STF também defendeu pacificação nacional, um ano após a intentona golpista
247 – Dois dias após os ataques ocorridos em 8 de janeiro, o ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, visitou o plenário da Corte para avaliar os danos causados pelos apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O decano, visivelmente emocionado, constatou o inédito ataque físico ao Poder Judiciário, destacando que nem mesmo durante a ditadura militar o STF havia sido alvo. Em uma entrevista ao Valor, Mendes expressava otimismo em relação ao país, mencionando a necessidade de "pacificação nacional". Um ano depois, ele repete a urgência em compreender como o país chegou a esse ponto e destaca a importância de evitar episódios semelhantes. "Precisamos ver em que erramos para evitar que o 8 de Janeiro se repita", afirmou
O ministro cobrou diretamente o Congresso por mudanças na legislação, propondo uma quarentena para policiais militares e membros das Forças Armadas que pretendem ingressar na política ou ocupar cargos civis. Ele questiona a falta de avanço em reformas que abordem aqueles que efetivamente ameaçaram a democracia. Em relação aos ataques ao STF, Mendes destaca a atuação célere do Tribunal nas investigações, ressaltando que crimes contra a democracia foram e continuam sendo punidos. Ele aponta a importância de questionar não apenas os autores materiais, mas também os mentores por trás dos delitos.
Ao abordar a questão da democracia, o ministro enfatiza a necessidade de fortalecê-la, propondo uma reflexão sobre o papel das Forças Armadas e das Polícias Militares, destacando a importância de impor restrições a esses grupos. Mendes sugere mudanças na legislação, ressaltando que a democracia deve ser ensinada nas escolas, incluindo as militares.
Quando questionado sobre o diálogo entre o STF e o Congresso em 2024, Mendes expressa sua expectativa de que seja menos turbulento. Ele destaca a necessidade de reordenar as prioridades, sugerindo novas regras para militares que ocupam cargos políticos. Em relação ao papel do Supremo, o ministro destaca a continuidade das investigações e destaca a importância de regulamentar as redes sociais, um tema que, segundo ele, deve ser incluído na agenda.