Os houthis têm atacado navios no Mar Vermelho em solidariedade ao povo palestino
247 – O Comando Central do Pentágono informou que os Estados Unidos lançaram um novo ataque no Iêmen, visando um local de radar dos houthis. Segundo uma fonte do governo de Sanaa, o ataque aéreo foi conduzido pelos EUA e pelo Reino Unido no norte da capital iemenita, Sanaa, às 03h45 (hora local) de 13 de janeiro, segundo informa a agência Sputnik. O USS Carney (DDG 64) foi utilizado para realizar o ataque com mísseis Tomahawk, com o objetivo de reduzir a capacidade dos houthis de atacar embarcações marítimas, incluindo navios comerciais. Os houthis agem em solidariedade ao povo palestino.
Na noite de sexta-feira (12), os EUA e o Reino Unido já haviam realizado ataques aéreos em retaliação aos ataques houthi contra o transporte marítimo comercial no Mar Vermelho. O Comando Central da Força Aérea dos EUA relatou que os ataques atingiram mais de 60 alvos em 16 locais diferentes. A Rússia condenou os ataques ao Iêmen, classificando-os como uma ameaça direta à paz e à segurança globais e destacando a ausência de um mandato da ONU.
Os houthis, também conhecidos como Ansar Allah (Partidários de Deus), são um grupo político-militar xiita que surgiu no Iêmen. O movimento houthi tem suas raízes na minoria Zaidita, uma vertente do islamismo xiita, e recebeu o nome do líder de sua primeira revolta, Hussein Badreddin al-Houthi, que foi morto em 2004 durante confrontos com as forças do governo iemenita.
Os houthis têm uma base principalmente na região montanhosa do norte do Iêmen, conhecida como Saada, mas ao longo dos anos expandiram sua influência para outras partes do país. Eles defendem os interesses da comunidade Zaidita e, ao mesmo tempo, têm expressado descontentamento com o governo central iemenita, que eles acusam de marginalizar sua comunidade e de ser corrupto.
O conflito entre os houthis e o governo iemenita escalou ao longo dos anos, culminando na tomada de Sanaa, a capital do Iêmen, pelos houthis em setembro de 2014. Isso levou a uma ação militar liderada pela Arábia Saudita em 2015, com o objetivo de restaurar o governo anterior.
O conflito no Iêmen tornou-se uma das crises humanitárias mais graves do mundo, com milhares de mortes, deslocamentos em massa e uma situação humanitária precária. Os houthis continuam a controlar partes significativas do Iêmen, apesar dos esforços internacionais para encontrar uma solução política para o conflito.