Protocolo, banido desde 2016, estabelece que a captura de militares por tropas inimigas seja "impedida a qualquer custo", o que inclui abrir fogo contra sequestrados, civis ou não
247 - As forças de segurança israelenses utilizaram o chamado “Protocolo Hannibal”, que pode ter resultado na morte de civis, durante os ataques do grupo palestino Hamas no dia 7 de outubro do ano passado, diz o jornal israelense Yedioth Ahronoth. O protocolo, banido desde 2016, estabelece que a captura de militares por tropas inimigas seja impedida a qualquer custo, o que inclui abrir fogo contra os capturados ou sequestrados, sejam civis ou não.
Segundo a Folha de S. Paulo, o jornal israelense ressalta que além das falhas no sistema de comando israelense e da falta de comunicação, o Exército teria ordenado que as suas tropas impedissem o retorno dos militantes do Hamas para a Faixa de Gaza “a qualquer custo", o que pode ter sido interpretado como uma ordem para abrir fogo contra veículos que se dirigiam ao enclave palestino, mesmo que houvesssem suspeitas de que eles estivessem com civis em seu interior.
Ainda conforme a reportagem, “o jornal afirma que o comando foi enviado a todas as unidades militares. Segundo ele, ainda que o nome ‘Hannibal’ não tenha sido mencionado, a diretriz põe em dúvida as garantias do Exército de que o protocolo foi de fato extinto oito anos atrás”.
Nesta linha, o periódico destaca uma situação de combate registrada entre os assentamentos de Otaf, no sul de Israel, e a Faixa de Gaza, quando cerca de 70 veículos foram atacados por tropas israelenses no dia 7 de outubro, em uma ação provavelmente conduzida por um helicóptero. “O ataque teria matado mil combatentes palestinos, mas não se sabe quantos reféns também morreram em consequência da operação”.
Uma situação semelhante teria acontecido no kibutz de Be'eri, a menos de 5 km de distância da Faixa de Gaza, quando tanques israelenses abriram fogo contra uma residência apesar de terem a informação de que havia civis no interior da moradia.
Questionado sobre as suspeitas, o Exército informou que “as Forças de Defesa de Israel conduzirão uma investigação detalhada e aprofundada sobre o assunto para esclarecer os detalhes quando a situação operacional permitir e publicará suas descobertas ao público".