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"É preciso evitar mortes", afirmou a secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial
247 - Secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Iêda Leal fez, durante entrevista à TV 247, um alerta para autoridades combaterem efetivamente o racismo ambiental no Brasil, ao defender as recentes declarações da ministra Anielle Franco que geraram polêmica.
Anielle usou o termo recentemente para evidenciar a falta de políticas públicas de saneamento e escoamento de águas pluviais que atingem as áreas ocupadas por maioria negra. Atualmente, existem mais de 102 milhões de brasileiros vivendo diariamente com algum tipo de privação de saneamento no Brasil - 66% são negras, de acordo com números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma a cada duas pessoas não tem acesso a serviços considerados básicos, como abastecimento de água, coleta de esgoto ou, simplesmente, um banheiro, apontou a pesquisa.
'É necessário corrigir, dá tempo. É preciso evitar mortes. As chuvas irão aumentar, e ter a população em locais sem saneamento, escoamento de água... A chuva não derruba certas moradias, e as pessoas precisam compreender o que uma mulher negra fala, especialmente quando ela fala de dignidade dos seres humanos', afirmou.
'O racismo ambiental ocorre quando no conjunto do racismo ele desestrutura nossas famílias negras. (A ministra da Igualdade Racial) Anielle trouxe o debate sobre o direito à cidade, o que todos os dirigentes municipais precisam debater. O racismo ambiental deve ser uma grande pauta das eleições municipais, e vamos discutir isso. Vamos colocar definitivamente as pautas raciais no debate público"' acrescentou.
O presidente Lula editou no ano passado decretos que destravam investimentos públicos e privados para o setor de saneamento no país. As mudanças promovidas pelos novos decretos vão permitir investimentos de R$ 120 bilhões até 2033. Entre elas, o fim do limite de 25% para a realização de Parcerias Público-Privadas (PPP) pelos estados.
De acordo com o governo, 1.113 municípios com 29,8 milhões de brasileiros voltarão a ter acesso a recursos federais de saneamento básico. Esses municípios tiveram contratos com os prestadores estaduais declarados irregulares, e não poderiam contar com verbas federais para buscar a universalização.