Quatro servidores e um advogado integravam o núcleo da chamada "Portaria 157", que tinha como objetivo associar membros da mais alta Corte do país a uma facção criminosa
247 - Quatro servidores que teriam tentado vincular ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a uma facção criminosa de São Paulo ainda não foram exonerados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a investigação da Polícia Federal que apura a suposta existência de uma “abin paralela” durante o governo Jair Bolsonaro (PL), Ottoney Santos, Thiago Quinalia, Renato Araújo, Rodolfo Nascimento e Ricardo Macedo integravam o núcleo "Portaria 157", que tinha como objetivo associar atividades da mais alta Corte do país ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação é do jornal O Globo.
Três entre esses cinco nomes são servidores que foram aprovados no último concurso da Abin, em 2018, e eram recém nomeados quando integraram a operação. As exceções são o ex-superintendente Ottoney Santos e o advogado Ricardo Macedo, que atua como assistente parlamentar júnior no gabinete do senador Alan Rick (União Brasil-AC). >>> 'Abin paralela': em depoimento à PF, Ramagem deverá implicar Bolsonaro e Heleno
Ainda conforme a reportagem, o núcleo da "Portaria 157" atuou durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), quando a agência era dirigida pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Na época, a agência era subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo general Augusto Heleno. O intuito oficial do núcleo era obter informações sobre a atuação de uma ONG de direitos humanos, mas, de acordo com as investigações da PF, a real finalidade era outra. >>> Novatos da Abin eram usados para espionagem ilegal e na tentativa de vincular ministros do STF ao PCC
"A atuação do NÚCLEO-EVENTO PORTARIA 157 caracteriza outra evidência de instrumentalização da ABIN, pois identificou anotações cujo conteúdo remete à tentativa de associação de Deputados Federais – , bem como Ministros do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, à organização criminosa conhecida como PCC (Primeiro Comando da Capital)", diz um trecho do despacho assinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com a reportagem.