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O deputado bolsonarista tem histórico de exploração do viés ideológico na educação e é adepto da teoria de que haveria uma doutrinação de esquerda nas salas de aula
247 - Nesta semana, a Câmara dos Deputados testemunhou a eleição do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) como o novo presidente da Comissão de Educação da Casa. Contudo, suas primeiras movimentações têm gerado inquietações entre parlamentares e observadores políticos. Apesar de seu partido tê-lo indicado para liderar essa comissão estratégica, nenhum dos sete projetos de lei apresentados por Nikolas Ferreira aborda temas diretamente relacionados à educação, informa a Folha de S. Paulo. Essa lacuna em sua agenda legislativa tem levantado questões sobre o direcionamento que ele dará à comissão.
O deputado, conhecido por seu alinhamento com o bolsonarismo e sua defesa de pautas ideológicas, desperta preocupações de que suas atividades na Comissão de Educação possam se orientar mais por agendas políticas do que por questões pertinentes à educação. Esse receio é compartilhado por membros do Congresso e do governo. A Comissão de Educação é responsável por examinar projetos de lei relacionados à educação, promover debates e convidar especialistas e autoridades para esclarecer assuntos pertinentes à área. Entretanto, com a falta de conexão do deputado com os desafios educacionais, há o temor de que debates cruciais sejam prejudicados.
O histórico do deputado também é alvo de atenção. Em 2022, ele foi alvo de denúncias por intolerância por identidade ou expressão de gênero, e em 2023, foi condenado por injúria racial. Esses episódios levantam questões sobre sua capacidade de liderar uma comissão tão sensível quanto a de Educação.
Nikolas Ferreira também é adepto do velho discurso de que há doutrinação ideológica de esquerda nas escolas e universidades. A exploração do viés ideológico na educação tem sido uma característica de políticos de direita, incluindo Jair Bolsonaro (PL). Projetos como o Escola sem Partido, que buscam limitar a liberdade de expressão dos professores em sala de aula, têm sido defendidos por esses políticos, embora não tenham avançado significativamente no Congresso.