'Os líderes 1 e 2 estimulavam polarização. Somos nós ou eles. Cuidado: se não me escolherem, vão escolher o outro. Esse país implodiu', escreve Alex Solnik
Era uma vez, num tempo distante, num lugar longínquo do planeta, um país que ficou dividido em duas bolhas.
A bolha 1 achava o máximo tudo o que fazia e dizia o líder 1. Por mais absurdos que ele dissesse ou fizesse.
A bolha 2 achava o máximo tudo o que fazia e dizia o líder 2. Por mais absurdos que ele dissesse ou fizesse.
A bolha 1, além de defender o líder 1, se empenhava em atacar o líder 2. E se alguém da bolha 1 criticava o líder 1 era logo visto como traidor e passava a ser atacado.
A bolha 2, além de defender com unhas e dentes o líder 2, dia e noite atacava o líder 1. E se alguém da bolha 2 criticava o líder 2 era logo escrachado e taxado de traidor.
A bolha 1 não sabia (nem queria saber) o que se passava na bolha 2.
A bolha 2 não sabia (nem queria saber) o que se passava na bolha 1.
A bolha 1 achava que estava sempre 100% certa e a bolha 2, 100% errada.
A bolha 2 achava que estava sempre 100% certa e a bolha 1, 100% errada.
As bolhas se odiavam. Sonhavam com o dia em que a outra bolha deixaria de existir.
Os líderes 1 e 2 estimulavam essa polarização. É ele ou eu. Somos nós ou eles. Cuidado: se não me escolherem, vão escolher o outro.
Tomara que isso nunca aconteça com outro país.
Porque esse país implodiu.