Servidora falta a trabalho e polícia deixa de intimá-la sobre agressão a artista

Amigos e artistas do artista plástico Jonir Figueiredo, 71 anos, fizeram protesto em frente à Fundação de Cultura hoje, em Campo Grande, cobrando apoio e celeridade na investigação sobre a agressão sofrida por ele, que está sob investigação na 1ª DP (Delegacia de Polícia). Jonir foi agredido no dia 20 de dezembro, quando participava de comemoração no bar na Rua Antônio Maria Coelho. No boletim de ocorrência registrado no dia 29, o artista plástico diz que foi agredido pelo marido de uma amiga, que trabalha como garçom. Sem dar detalhes, disse que a motivação seria ciúmes. A amiga é servidora da Fundação de Cultura e, hoje, foi procurada por equipe do SIG (Serviço de Investigações Gerais) da 1ª DP que tentou entregar notificação para que ela prestasse depoimento. Porém, a informação é que a mulher não foi trabalhar hoje, e que não disse o motivo da falta. Os policias do SIG conversaram com Jonir na Santa Casa de Campo Grande. O artista plástico disse que está bem e espera ter alta hospitalar em breve. Ele explicou aos policiais que a equipe médica está fazendo exames complementares para avaliar se o caso dele é de cirurgia ou tratamento com medicamentos. Por conta da agressão, está com dois coágulos no cérebro, muito próximos. Jonir ainda não falou sobre a agressão com os policiais e, segundo relato de amigos à reportagem, também não deu detalhes do que ocorreu. Além do relato da vítima aos policiais do SIG, a reportagem buscou contato com a 1ª DP para saber quem já prestou depoimento no caso, mas não obteve retorno. Manifestação – Esta manhã, cerca de 20 pessoas participaram do protesto. O grupo ficou segurando cartazes pedindo segurança e mecanismos de proteção a artistas em condição de vulnerabilidade ou idosos. Durante a manifestação, três representantes do grupo foram chamados para reunião na Fundação de Cultura com a chefe de gabinete da secretaria, Katia Mott. Cerca de 40 minutos depois, chegou o secretário Estadual de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), Marcelo Miranda, para participar da reunião. Miranda disse que, emergencialmente, a ação será mobilizar amigos e integrantes da fundação para ajudar Jonir Figueiredo. Segundo ele, não há, agora, um instrumento legal que posso dar este auxílio por meio da fundação. Secretário diz que existe projeto futuro de se criar uma casa de apoio, semelhante ao Retiro dos Artistas no Rio de Janeiro. Investigação – A agressão sofrida por Jonir Figueiredo ainda não tem versão final, já que o relato dele no boletim de ocorrência é breve e nem para os amigos deu mais detalhes. Amiga de infância do artista plástico, a aposentada Mary Fátima Rios também busca mais informações. Ela recebeu informações do primo, vizinho de Jonir. “Ele falou que só se lembra da botina chutando a cabeça dele”. Mary diz que encontrou o amigo depois da agressão e o encontrou muito machucado, mas não queria ir ao médico. Durante alguns dias, o artista deixou a porta de casa aberta, pois recebia ajuda de vizinhos para ser alimentado, mas, depois de um tempo, se trancou e ninguém mais o viu. O primo pediu ajuda a outro amigo de Jonir que arrombou a porta e o encontrou caído, desacordado.