Gari que teve perna amputada deve receber R$ 1,2 milhão em indenização

A CG Solurb foi condenada a pagar R$ 1,2 milhão em indenização ao ex-funcionário Felipe da Silva Cerqueira. Em 12 março de 2022 o foi atropelado enquanto fazia a coleta de lixo de uma calçada no Bairro Carandá Bosque, em Campo Grande, e acabou tendo a perna amputada. A reclamação trabalhista foi ajuizada pela defesa do ex-gari e a decisão é do juiz Mauricio Sabadini, da 5ª Vara Trabalhista da Capital. No documento que o Campo Grande News teve acesso, o magistrado cita que o gari estava constantemente exposta a acidentes em seu local de trabalho, ou seja, “a própria atividade da empregadora expõe seus empregados a risco acentuado”, com isso, não era possível afastar a responsabilidade da empresa no acidente que resultou na amputação da perna de Felipe. Além disso, Sabadini considerou o laudo pericial que identificou a invalidez permanente do gari,  a condição financeira da empresa, a idade de Felipe – na ocasião do acidente com 24 anos – e a “função pedagógica da sanção”. Diante disso, a Solurb acabou condenada ao pagamento de R$ 1,2 milhão em indenização ao rapaz por conta dos danos moral, estético e material, assim como o valor da prótese. A reportagem procurou a empresa, mas não teve resposta até a publicação da reportagem. O Campo Grande News também tentou contato com o advogado de Felipe, Vinicius Pizzetta, mas ele apenas disse que não se manifestará sobre o assunto. Acidente  – Vídeo de câmera de segurança mostra o momento em que o acidente acontece. Na imagem é possível ver que o rapaz termina de retirar os lixos da calçada, sobe no veículo e espera o amigo recolher alguns resíduos que ficaram no chão. O motorista que trafegava na pista lateral esquerda então invade um pedaço da faixa e atropela o homem. O colega fica desesperado e o motorista do caminhão desce para tentar ajudar. Já o autor tenta fugir, mas o veículo não responde. Depois, ele senta na calçada e chora. Felipe foi socorrido e levado para Santa Casa onde ficou aproximadamente um mês internado. Mário Barbosa Neto, motorista responsável pelo acidente, chegou a se apresentar na 3ª Delegacia de Polícia Civil, dia 29 de abril do ano passado. Na ocasião, ele negou que estivesse embriagado e que naquele dia tinha trabalhado o dia todo e saiu para se divertir pela cidade.  Após prestar depoimento ele foi liberado. O caso foi registrado como lesão corporal culposa gravíssima, com agravante do álcool e tramita no Poder Judiciário.