Com equipe reduzida e médicos sobrecarregados, o serviço de neurocirurgia da Santa Casa de Campo Grande está por um fio da paralisação. Os profissionais pretendem parar o atendimento totalmente às 13h desta terça-feira (6), uma hora antes de reunião agendada para resolver o impasse. Às 14h, a direção do hospital, representantes das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, além do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), vão se reunir com os neurocirurgiões e seus advogados para definir "soluções econômicas" para o problema. Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a instituição de saúde diz ter pedido ao chefe do serviço de neurocirurgia o adiamento da paralisação das atividades pelo grupo, para que se possa considerar o resultado da reunião. "Infelizmente, o pedido foi negado e a paralisação se mantém no primeiro horário", confirma. Esgotamento - Diretor técnico da Santa Casa, William Lemos falou em vídeo, divulgado à imprensa e à população, que a instituição reconhece que os profissionais da neurocirurgia estão esgotados. "Há 60 dias temos feitos negociações quanto a esse serviço. Reconhecemos que os nossos profissionais da neurocirurgia têm passado por momentos difíceis de sobrecarga de trabalho, com número pequeno de profissionais, mas sabemos também que você que está em casa precisa da sua consulta, do seu cuidado com neurocirurgia, ou até nem para você, mas para o seu familiar, a sua avó ou seu primo, alguém que é querido para você", afirma o diretor técnico, dirigindo-se aos pacientes da instituição. A expectativa é chegar a um acordo na reunião de hoje, sem mais demora. "A Santa Casa não tem medido esforços para equacionar ou chegar a um ponto em comum na negociação", pontua William Lemos. Carta aberta - Referência no Estado, o serviço está em xeque desde que os próprios neurocirurgiões declararam, em carta aberta à imprensa, viverem “esgotamento profundo” devido ao excesso de trabalho e equipe reduzida. O grupo é formado atualmente por sete médicos especialistas na área. “Tal medida extrema teve de ser adotada, ante atual condição que o grupo enfrenta, tendo em vista que, no ano de 2022, este contava com a atuação de 12 profissionais, os quais, durante o ano de 2023, foram evadindo-se por motivos diversos, restando atualmente na escala apenas sete profissionais, para realizar o atendimento de toda população deste Estado”, informaram os médicos em trecho do comunicado.
