Feriado tem Imol aberto em delegacias de Campo Grande após decisão liminar
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Depois de nove dias sem atender pessoas que precisavam fazer exame de corpo e delito, os núcleos do Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) em duas delegacias de Campo Grande voltaram a funcionar normalmente na noite de ontem (7) e seguem abertos neste feriado de Corpus Christi (8). No núcleo que fica na Casa da Mulher Brasileira, e costuma atender maior número de vítimas de violência, o movimento era tranquilo de manhã. Havia um médico plantonista, conforme verificou a reportagem. A reabertura foi determinada por liminar da Justiça Federal concedida ontem em favor da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) que, por meio da Procuradoria-Geral do Estado, questionou parecer do CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) que forçou a suspensão dos atendimentos. O conselho alegou que médicos não poderiam atender fora da sede do Imol e em local próximo ao atendimento policial às vítimas, por isso, a atuação dos profissionais estava impedida nas delegacias. Durante o período de suspensão, o Estado tentou negociar com o CRM-MS, mas sem sucesso. O pedido foi judicializado, então. "Porque você ter esse atendimento às vítimas nessas localidades [as delegacias] é garantir que autores de crimes sejam punidos. Muitas vezes, a vítima não comparece à unidade [sede do Imol], não faz exame, portanto, os autores de crimes acabam ficando impunes. Especialmente as mulheres e crianças, terão chances de serem novamente violentadas e mortas. Com o exame, você garante a materialidade do crime e não permite a impunidade", declarou ontem o titular da Sejusp, Antonio Carlos Videira. Ao Campo Grande News, o CRM-MS afirmou em nota que irá cumprir a legislação e as determinações judiciais e que acatou de imediato a liminar emitida. Demanda - A maior quantidade de encaminhamentos para exames no período chegou ao núcleo do Imol que fica dentro da Casa da Mulher Brasileira. Foram 198 mulheres e meninas vítimas de abuso e agressões que tiveram que ser redirecionadas à sede Imol, única disponível até então, e percorrer cerca de 10 quilômetros para serem examinadas. Outras 38 pessoas precisaram fazer o exame no outro núcleo que ficou temporariamente fechado na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Elas também foram orientadas a ir até a sede. A distância, em ambos os casos, pode ter desmotivado as vitimas a produzirem provas contra seus agressores e abusadores, conforme falou Videira. *Editada às 12h10 para citar nota recebida do CRM-MS.