"Franca reiteração criminosa" mantém médico preso

Em decisão que manteve o médico João Pedro da Silva Miranda Jorge, de 29 anos, preso, a juíza designada à audiência de custódia, Eucélia Moreira Cassal, entendeu que o autor “encontra-se em franca reiteração criminosa” e que condenações por crimes de trânsito anteriores não foram suficientes para conter “novos delitos”. Baseada no histórico apresentado pelo Ministério Público, a magistrada relembrou da ação penal que João Pedro ainda responde por crime de lesão corporal no trânsito, em janeiro de 2017, e do processo relativo à morte da advogada Carolina Albuquerque Machado, em novembro de 2017. Ela ressaltou que em ambos ele estava sob efeito de bebidas alcoólicas, assim como no acidente da madrugada de ontem. “Diante disso, é certo que o autuado encontra-se em franca reiteração criminosa. As medidas diversas da prisão anteriormente impostas não se mostraram suficientes a impedir a prática de novos delitos da mesma natureza, inclusive”, define Cassal na decisão. A juíza ainda entende que mantê-lo em liberada seria como incentivo a continuar trafegando e colocando outras pessoas em risco. “A insegurança e instabilidade social com a libertação do autuado é patente, já que estaria o Estado permitindo e, com a sua liberdade, porque não dizer, incentivando, que continue transitando por Campo Grande, sem a observância das regras legais, colocando os filhos, os pais, as mães, os irmãos e todos os campo-grandenses em risco iminente no trânsito”. Ela ainda chama atenção do médico, ressaltando que ele está condenado em ação penal, mas que está em recurso; estava com a CNH vencida, o que o impedia de dirigir; e ainda, é profissional da saúde, o que o supõe como “pessoa de maior conhecimento e intelecto, por certo possui plena ciência desta obrigação e de seu descumprimento voluntário”. Caso - O médico João Pedro da Silva Miranda Jorge foi preso por dirigir sob efeito de álcool na madrugada desta quinta-feira (8) após se envolver, novamente, em acidente no cruzamento das ruas Doutor Paulo Machado e Arquiteto Rubens Gil de Camilo, no Bairro Santa Fé, em Campo Grande. Conforme boletim de ocorrência, João Pedro seguia numa caminhonete VW Amarok, de cor prata, pela Dr. Paulo Coelho Machado, quando colidiu na lateral de Toyota Corolla, de cor preta, conduzido por uma mulher. O local onde ocorreu o acidente é sinalizado com semáforo. A passageira do Corolla, mulher de 28 anos, ficou ferida e foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa com suspeita de fratura no quadril.