A Escola Estadual Padre Franco Delpiano, no bairro Nova Lima, em Campo Grande, deu início, oficialmente, nesta segunda-feira (26), à campanha "Rumo ao Lixo Zero". O evento contou com a participação do embaixador da Itália, Francesco Azzarello, e do presidente da entidade certificadora (Instituto Nacional Lixo Zero Brasil) Rodrigo Sabatini. A visita está ligada ao trabalho de preservação do meio ambiente que tanto a embaixada quanto o Hospital São Julião, (local onde escola está inserida), desenvolvem. A partir de agora a unidade educacional precisa seguir os 15 requisitos para conseguir o tão sonhado reconhecimento de Escola Sustentável. Entre eles, a comprovação de redução dos resíduos, reciclagem, compostagem, capacitação de funcionários, monitoramento e análise do lixo. Para conquistar o prêmio é preciso que os empreendimentos participantes tenham 90% dos resíduos, produzidos no local, desviados dos aterros sanitários municipais. A honraria é visada pela escola desde dezembro de 2022 quando a instituição deixou as lixeiras de lado e passou a adotar residuários, locais onde são depositados os materiais separadamente. Em abril o Campo Grande News esteve no local para entender a metodologia aplicada no colégio. Plástico, papel, matéria orgânica e desejos - aquilo que não se recicla ou reaproveita - são depositados em caixotes de frutas, na quadra da escola. Onde tudo começa - Para o embaixador Francesco a ideia de uma escola sustentável é estimulante, pois, segundo ele, a questão ambiental deve começar na educação.“Somos muito sensíveis porque somos a primeira embaixada no mundo a ter a certificação de Lixo Zero. A questão ambiental deve começar com a educação das crianças, com elas ensinando os pais em casa. Não somente para a terra, mas no mar também, ele vai ser destruído pelo plástico". O secretário de Estado de Educação, Helio Queiroz Daher, pontua que Mato Grosso do Sul tem investido na sustentabilidade e preservação do meio ambiente nas escolas do Estado. “A ideia do lixo zero é outra iniciativa, um sonho. Que sabe todas as nossas escolas busquem atingir essa certificação. Já trabalhamos com gás encanado em 50 delas, trazemos energia solar em mais da metade das instituições e começamos esse embrião que é justamente trabalhar o lixo zero”, disse. Para ele, a escola Estadual Padre Franco Delpiano é diferenciada das demais. “É importante lembrar que ela está incluída em um cenário muito específico, mas é um piloto importante para entender as dificuldades e possibilidades de ampliar isso”, finaliza. Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Nacional Lixo Zero Brasil, explicou que o processo de certificação é longo. A escola precisa estar apta e passar por uma audiência que comprove o feito. “Se conseguir esse percentual [90%] eles pedem uma auditoria, onde existem critérios que devem ser cumpridos, essa auditoria confirma e tem o certificado que é físico. O colégio já está nos 90%, faltam alguns processos”. Ele ressalta que o nível de compromisso com o meio ambiente do Hospital São Julião é alto. “Tem muitos cuidados, coisas infecciosas, coisas que não conseguem desviar do aterro, então é alto 57%”. Certificação - Empresas que desviem 49% do resíduos dos aterros sanitários recebem o selo “Compromisso com o Lixo Zero”, aquelas que possuem de 49,9% a 89,9% ganham o selo “Rumo ao Lixo Zero”, já aquelas que tem percentual de desviar de 90% ou mais conquistam a honraria da certificação “Lixo Zero”.
