Boa ou ruim? Bancada de MS divergem em votação da reforma tributária
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta sexta-feira (7) o texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. A discussão sobre um novo sistema tributário brasileiro se arrasta há quase 30 anos no Brasil, contou com 382 votos a favor e 118 votos contra e em segundo turno, foram 375 votos a 113 a favor da PEC e três abstenções. A votação marca uma importante vitória do governo. Em Mato Grosso do Sul, a bancada divergiu sobre o tema, no entanto o placar ficou em 5 x 3. PSDB e PT votaram a favor da proposta enquanto representantes do PL e PP, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram contra. Apoiador da proposta, o coordenador da bancada federal em Brasília, deputado Vander Loubet (PT), reforçou que reforma era aguardada há décadas e agora está saindo do papel graças para “destravar” alguns gargalos para o desenvolvimento do Brasil. “O Brasil só tem a ganhar com a simplificação do nosso sistema tributário. Além disso, vamos avançar muito na busca por justiça tributária, já que a cesta básica terá imposto zero, algo que com certeza vai beneficiar as famílias brasileiras, principalmente as de baixa renda. Também acredito que essa reforma vai impulsionar nosso setor produtivo. É uma reforma pensada nas oportunidades para o Brasil gerar emprego e renda, se reindustrializar e ganhar competitividade”, frisou. Com entendimento contrário, o deputado Rodolfo Nogueira (PL), atendeu o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro e votou contra a reforma, justificando que o projeto “penaliza” o setor produtivo. “Teremos queda de aproximadamente 45% da renda bruta do produtor de soja. Os alimentos ficarão mais caros. O governo quer que o agro pague a conta. Como venho falando, esse governo espanca a mão daquele que o alimenta”, justificou o parlamentar. Do mesmo partido e amigo do ex-presidente, Marcos Pollon também votou contra, classificando a reforma como um “projeto de vingança”, que vai colocar “todos reféns” do Governo Federal. “Estamos acompanhando, a passos largos, o verdadeiro desmanche do nosso país. Hoje temos um capítulo triste deste retrocesso se avizinhando. A tal da reforma tributária vem jogar uma pá de caos sobre a possibilidade de desenvolvimento dos estados e municípios”, argumentou. Base do governo federal na Câmara, a deputada Camila Jara (PT) ressaltou que a reforma foi bastante discutida e o texto aprovado garante justiça social e fiscal. “Quem luta para pagar as contas sabe como os impostos são injustos no nosso país. Essa reforma foi construída sob os pilares da justiça fiscal e social. Com a possibilidade das pessoas que mais precisam receber parte dos seus impostos de volta, com o cashback. Votei a favor, pois essa é a reforma que o Brasil precisa!”, resumiu. Entre os membros do PSDB, apenas o deputado federal Beto Pereira, que foi a favor da proposta, não quis comentar o voto. Já Dagoberto Nogueira, entusiasta do projeto, disse que o objetivo da reforma é simplificar o sistema de impostos no Brasil e melhorar o cenário fiscal de Mato Grosso do Sul. “Essa reforma vem para diminuir tributos e impostos, maior atração de investimento no Brasil, competitividade no mercado interno e externo, além de gerar mais emprego e renda. O cenário para o nosso Mato Grosso do Sul, só tende a melhorar”, resumiu o tucano. Geraldo Resende (PSDB), que também votou “sim”, classificou o sistema tributário atual como uma “bagunça fiscal”, ressaltando que o Brasil anseia um novo sistema há 35 anos. “O atual regime tributário brasileiro é uma loucura que encarece produtos, diminui poder de compra, amarra o crescimento econômico e ancora o Brasil no passado. Votei convicto pela Reforma Tributária! Um momento histórico, democrático e maduro. Estamos oferecendo ao Estado brasileiro responsabilidade, simplificação, modernidade, competitividade e justiça”, justificou. Por fim, o deputado Luiz Ovando (PP), que votou contra o projeto, argumentou que é a favor de um novo modelo fiscal, mas que não houve clareza e ampla discussão dos pontos inseridos na proposta aprovada. “É essencial compreender que a Reforma Tributária precisa sim ser implementada, porém, nos moldes atuais, com possível aumento da carga tributária e excessiva centralização de poder na União, pode prejudicar o país e tornar o sistema tributário ainda mais complicado. Devemos agir com cautela e prudência”, argumentou.