Homem que matou jovem degolado é condenado 7 anos depois em regime semiaberto

Aurides Teodoro de Souza Alves Garcia, 35 anos, foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão em regime semiaberto pelo assassinato de João Vitor Ferreira da Silva. O corpo do rapaz, de apenas 18 anos, foi encontrado degolado no dia 28 de outubro de 2016, em um terreno baldio na Rua Thomas Volpe Merlo, Jardim Campo Alto, em Campo Grande. Conforme denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Aurides e João estavam em uma festa na noite anterior e o autor convidou a vítima para comprar mais bebida alcoólica. Eles então saíram do local no carro do denunciado, um Gol prata com placas de Três Lagoas. No caminho, Aurides parou o carro em frente ao terreno baldio e com uma faca desferiu quatro golpes no rapaz, sendo três no tórax e um no pescoço, o que causou esgorjamento. João morreu no local e o autor fugiu em seguida. Segundo a investigação, Aurides tinha muito ciúmes de sua enteada e descobriu que João estava com intenção de namorar a menina, ele decidiu matá-lo. Por isso, para o MP o crime foi praticado por motivo torpe. No dia 1º de novembro daquele ano, o autor se apresentou na 4ª Delegacia de Polícia Civil. Ele estava acompanhado pelo tio, investigador aposentado da polícia, e disse que por volta das 17h30 do dia 27 de outubro foi convidado para jantar na casa de seu cunhado e foi ao local por volta das 20h. Eles então começaram a beber cerveja e, após jantarem, por volta das 23h João Vitor chegou e aparentava já estar bêbado. Aurides afirmou ainda em depoimento, que o cunhado saiu com o rapaz para comprar mais bebida e voltaram com vodka e suco, pois havia acabado o dinheiro e a vítima queria disputar com ele quem bebia mais rápido e eles começaram a ingerir o álcool direto da garrafa. Em determinado momento, o suco acabou e Aurides saiu junto com João Viro para comprar mais. Ele alegou que não tinha nenhuma relação de amizade com o rapaz que conhecia apenas de “vista”, mas em determinado momento do trajeto a vítima pediu que ele mudasse o caminho, pois conhecia outro bar. O autor relata que seguiu a recomendação. No entanto, o rapaz pediu novamente para ele mudar o caminho porque precisa pegar algo e Aurides estranhou porque era um local ermo, então questionou João Vitor sobre o trajeto. Ainda segundo ele, o rapaz se irritou e os dois começaram a discutir dentro do carro. A vítima então teria lhe dado um soco na nuca e eles começaram a se agredir mutuamente. Até que Aurides parou o carro no terreno baldio e os dois desceram. Neste momento, ele conta que João Vitor colocou a mão na cintura e disse que o homem estaria mexendo com facção criminosa e “colocaria ele na linha”. Os dois se agrediram novamente então, o autor correu para o veículo e pegou uma faca que estava embaixo do banco. Os dois rodearam o carro discutindo e no momento em que João se aproximou ele deu as facadas, sendo a última após o jovem se escorar no veículo. Ele relatou estar muito nervoso e bêbado, então colocou a faca na bainha e fugiu com o carro passando por cima do corpo da vítima. Aurides sentou no banco dos réus da 1ª Vara do Tribunal do Júri nesta sexta-feira (4). A defesa sustentou as teses de absolvição por legítima defesa, reconhecimento do domínio de violenta emoção e pediu que, em caso de condenação, fosse considerada a confissão. O Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e autoria do delito, mas reconheceu a causa especial. Com isso, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida condenou Aurides  a cinco anos e dez meses de prisão por homicídio doloso simples privilegiado, mas com cumprimento inicial em regime semiaberto.