Moradores de comunidade perdem alimentos e remédios durante chuva
Reforço de madeiras e abertura de buracos, são métodos usados por moradores da Comunidade Nova Esperança, localizada no Bairro Noroeste, na tentativa de impedir que a chuva alague os barracos. Nesta terça-feira (5), moradores relataram que mesmo com as medidas tomadas, a água tomou conta das moradias improvisadas. Para a reportagem, a moradora da comunidade Maria Olga Vieira, de 64 anos, contou que por morar na parte mais baixa do terreno a água da chuva chega até o seu barraco com grande força. Nesta tarde, a idosa perdeu o suprimento de três meses de remédios. Os medicamentos perdidos, são usados no tratamento de úlcera, diabetes e desvio na coluna. "A água vinha descendo de lá em cima com força e foi arrastando tudo. A água levou todos os meus remédios e os que ficaram tive que jogar fora. Eles ficavam em uma caixa e ela foi levada, lá dentro tinha pomada e comprimidos. Eu tinha três meses de remédio que peguei no posto e perdi tudo”, disse. Além dos medicamentos, Maria relata que chegou a perder seu colchão e alimentos, pois eles molharam durante a chuva. A idoso conta que apesar de não serem perecíveis, o arroz por exemplo após molhar inchou e foi preciso jogar fora. “O pouco que sobrou coloquei no fogo para almoçar e agora não sobrou mais nada”. Durante a chuva, o barraco de Maria ficou inundado, por isso a idosa precisou abrir um buraco na parede de seus barracos. Estava ficando acumulado aqui dentro. Não é a primeira vez que isso acontece, já aconteceu outras vezes e aconteceu pior, porque não tem pra onde sair e ela vem com uma correnteza muito forte. Eu saio aqui toda hora e fico olhando para o céu pedindo assim: ‘Óh meu Deus, tem misericórdia’. Não é mole não, mas a gente vai fazer o que, a gente não tem condições de morar em uma casa boa estrago tem, prejuízo tem, mas a gente vai fazer o que?”, contou Maria. Com água chegando pouco abaixo dos joelhos, Andrey Barbosa, 29 anos, relata que precisou usar da mesma tática da idosa. O barraco onde o desossador mora é composto por três cômodos, sendo ocupado por ele, a esposa e os seis filhos que têm idade entre 4 a 13 anos. Quando foi encontrado pela reportagem, Andrey estava tentando tapar uma erosão que começou a abrir próximo do local onde fica a sua moradia improvisada. Se adiantando para as próximas chuvas, o desossador reforçou as paredes de seu barraco com mais placas de madeira. “Não cheguei a ter muito prejuízo em questão de estragar móveis e outras coisas, mas a água entrou e alagou tudo aqui dentro. Na parte de fora do barraco coloquei mais madeiras para reforçar, não impediu da água entrar, mas ajudou. Como sempre chove acontece isso, eu vi a previsão de chuva e fiz esse reforço para diminuir o prejuízo”, disse. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News .