Paixão faz torcedor enfrentar aumento de 100% no ingresso e sol escaldante

Na opinião dos fanáticos pelo futebol sul-mato-grossense, o aumento de R$ 20 para R$ 40 do preço ingressos para o clássico Náutico contra Operário, ambos times de Campo Grande, fez minguar a presença da torcida do Galo, no Estádio Jacques da Luz, em Campo Grande. Cerca de 200 pessoas compareceram ao local da partida, válida pela terceira rodada do Estadual 2024, na tarde deste domingo (28).  O preço dos ingressos fica sob responsabilidade de quem tem o mando da partida, neste caso, do Náutico. Cabe ao time também reservar de qual lado ficam as torcidas. Com temperatura de 32ºC, os torcedores do Galo amargaram a área descoberta, sob sol escaldante. A reportagem do Campo Grande News conversou com torcedores que estiveram no espaço destinado ao confronto. Fiel ao Galo desde 2000, o empresário André Monteiro afirmou que espera uma vitória. Sobre o time, alegou resistência cultural. "Percebe-se uma diminuição dos torcedores nos estádios. Muitos que acompanharam a época de ouro perderam o interesse por diversos motivos, como estrutura dos jogos, estádios, preço de ingressos", disse André. Outro torcedor do Operário, Aluísio Moisés, 59 de idade, disse que a torcida operariana foi prejudicada. "Quiseram dificultar. Muita gente pode deixar de acompanhar pelo valor. Eu venho pelo amor ao time. Tinham que fazer algo padronizado para todos os jogos". A auxiliar de escritório Raiane Cristina da Silva, de 24 anos, não viu problemas na setorização dos times. "A rivalidade entre eles sempre foi muito grande, desde a base. A torcida veio com tudo, na expectativa de que o Náutico vença e, assim, aumentaria ainda mais a rivalidade", disse. O ponto também foi acordado pelo torcedor Wesley Lima, 33 de idade. "Quem é sócio paga menos, isso não impactou, pelo menos para quem acompanha o Náutico". O que dizem os times - Para o presidente do Galo, Nelson Antônio, a atitude foi errônea. "Na realidade quando a gente pensa em trazer o público para cá a gente faz promoções, fizemos no último jogo de quarta feira, aliviamos para o torcedor para evitar que eles tivessem um gasto excessivo", discorreu. O gestor disse que houve tentativas de conversa com os "rivais", mas não houve resposta no tempo hábil. "Até conversei com o presidente do Náutico, mas ele não tomou nenhuma atitude e permaneceu a mesma decisão que ele já tinha tomado. Isso pode causar até um prejuízo financeiro para ele, porque para jogar aqui temos um custo e ele precisa cobrir esse custo, se ele joga um valor alto demais, consequentemente a arrecadação também reduz", finalizou. Júlio Cezar Ramos, presidente do Náutico, justificou que "quase todos geralmente pagam meia-entrada, que no caso seria R$ 20, não vejo tanta diferença". Ele ainda citou o exemplo dos preços praticados pelo Operário no jogo diante do Coxim, pela 2ª rodada do Estadual, na última quarta-feira (24). Na ocasião, o Galo cobrou R$ 30 a inteira, R$ 15 a meia-entrada; e fez promoção para os torcedores com a camisa do Operário pagarem R$ 15 também. O presidente do Náutico finalizou citando o número total de ingressos e a divisão. O Náutico teve espaço para 400 torcedores e o Operário com 600 lugares. O time mandante escolheu a arquibancada coberta, já os visitantes, o lado sem cobertura. A carga total da partida foi de 1.000 ingressos. Estadual  - Além de Náutico e Operário, outros dois jogos movimentam a rodada. Às 15h, jogam Novo x Aquidauanense no estádio Sotero Zárate, em Sidrolândia, a 71 quilômetros da Capital. Às 16h tem Costa Rica x Atlética Portuguesa no Laertão, em Costa Rica. Coxim e Dourados "folgam" nesta etapa. Conforme regulamento estabelecido pela FFMS (Federação Estadual de Futebol), dez times participantes jogam entre si dentro de cada grupo em turno e returno. Os quatro melhores avançam para a segunda fase e o lanterna de cada chave é rebaixado para a segunda divisão do ano seguinte. Receba as principais manchetes no celular.  Clique aqui e acesse o canal de notícias do Campo Grande News