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A cor do dinheiro: empreender é sonho de 1 em cada 3 da periferia

Veja histórias de quem faz acontecer em Salvador

Deliene Mota, criadora do Encantos da Maré

A pimenta mudou a vida de dela. Hoje é até difícil de acreditar nisso, mas uma das grandes quituteiras de Salvador não sabia cozinhar há pouco menos de 10 anos. Deliene Mota, do Encantos da Maré, conhecia o sabor que a comida precisava ter, mas a técnica do preparo só veio depois. Pense em alguém que sempre amou comer, principalmente os pratos da culinária típica baiana. Agora, visualize uma pessoa que nunca teve muita proximidade com a cozinha.  

“Apaixonada” pela comida da sua então sogra, só uma coisa incomodava: “tinha pimenta demais”, ri ao se lembrar. O jeito foi aprender a fazer as receitas sem toda aquela ardência. Daí para nascer uma paixão, que alimentou um sonho, foi o tempo de alguns solavancos da vida e alguns atos de coragem. Com R$ 2 mil, a ajuda de muita gente e muito trabalho, nasceu o Encantos da Maré, que hoje emprega 22 funcionários diretamente e outros 20 indiretamente nas duas unidades na Cidade Baixa.  

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É difícil mensurar o impacto econômico dos negócios que nascem nas periferias, há pouca pesquisa. Por outro lado, é fácil perceber a potência destes movimentos. Histórias como as de Deliene surgem a todo o momento, ainda assim são poucos dados sobre empreendedores que nem sempre são identificados ou se identificam com este título. Uma rara exceção é a pesquisa Data Favela, que em sua versão 2023 mostra uma realidade que não deveria ser ignorada.  

Se todas as favelas do país formassem um único estado, este seria o terceiro maior. Porém, o destaque não se dá apenas no tamanho, mas na relevância econômica. A renda movimentada pela população dessas comunidades passa dos R$ 200 bilhões e segue em expansão: cresceu R$ 12 bilhões em um ano. 

São aproximadamente 5,8 milhões de domicílios em comunidades periféricas no Brasil, com um total de 17,9 milhões de moradores. Desse total, 5,2 milhões já empreendem, 6 milhões sonham ter um negócio próprio, e sete em cada dez pretendem abrir o empreendimento dentro da favela. Apesar dos números expressivos, apenas 37% são formalizados e têm um CNPJ. 

“A favela é a concentração geográfica das desigualdades sociais, e muitas vezes o morador não encontra no emprego formal a oportunidade para desenvolver toda sua potencialidade. O morador da favela só vai conseguir ganhar mais do que dois salários mínimos se empreender dentro da favela”, aponta fundador do Data Favela, Renato Meirelles. 

Deliene iniciou o Encantos da Maré com R$ 2 mil, coragem e a ajuda de amigos

O Encantos da Maré é a história da redenção financeira de Deliene, mas é também de um processo de cura. Depois de toda uma vida na Federação com os pais, ela se muda para a Ribeira após os perder.  Na conversa de vinte e um minutos e meio, tem risos – muitos deles –, mas algumas pausas. Dos dois lados da linha. Num raro momento de tranquilidade que a falta de água durante uma manutenção da Embasa provoca na rotina da chef, ela lembra de quando quis fazer um prato, mas os recursos permitiam a compra de um peixe “bem pequeno” na mão de um fornecedor conhecido da Ribeira. Ou de quando só tinha condições de comprar meio quilo de marisco na mão de outro. “Hoje eu faço pedidos de R$ 30 mil para ele”, confidencia.  

O espaço do primeiro restaurante foi indicado pela professora de Zumba. A vista para a Baía de Todos os Santos é única. Quando ela viu o local, começou a chorar. Era ali. Em janeiro de 2019, ela pegou R$ 2 mil, pagou R$ 1,5 no primeiro aluguel e com o restante pagou o cartão de crédito e foi para o Bonfim “pedir a providência”.  

"Eu vivi o meu sonho, de ter um lugar em que as pessoas se sintam em casa”, destaca. A vida melhorou “consideravelmente”, a pandemia trouxe novas incertezas, superadas com muito trabalho. As maiores vitórias, acredita, não estão nos bens materiais que alcançou.

“Quando você pergunta se eu já estou realizada, eu posso não ter um carrão, mas veja quantas pessoas dependem de mim, tem os meus funcionários, quem me presta serviços em diversas áreas, o pessoal da feira, os músicos que tocam aqui. É muita gente envolvida”, diz. “Pra mim é muito mais do que vender um prato de moqueca”.   

Resposta à escassez 
O empreendedorismo periférico é uma resposta à escassez. Não apenas à falta de recursos financeiros para a sobrevivência, mas também à ausência de determinados produtos e serviços em territórios que são isolados pela distância dos centros comerciais, ou pelas dificuldades de acesso.

Maylla Pita, diretora de Cultura de Salvador e gestora social, ressalta que fala mais a partir da vivência que tem do que baseada em dados. "Os indicadores sobre empreendimentos nos bairros, sobretudo nos periféricos, ainda são um desafio. Construir esses estudos, gerar os dados que nos deem uma dimensão do impacto econômico que eles tem, é um desafio muito grande que está em nossas mãos", acredita.  

"Nós estamos falando de pequenos e médios empreendedores. É o mercadinho, a loja que vende assessórios para o celular, a lanchonete, a barraca que está na feirinha, e tudo tem a sua própria dinâmica econômica", enumera. Ela lembra ainda dos ambulantes e das pessoas que passam vendendo sobretudo gêneros alimentícios.  

Para ela, um aspecto importante está na percepção das pessoas a respeito de suas atividades. "Normalmente essas pessoas não se enxergam como empreendedores e eu acho que vale um questionamento sobre se esta é mesmo a nomenclatura mais apropriada", questiona. "São dimensões diferentes de empreendedorismo e acho que é importante pensar se este 'pacote' que vem com a ideia de empreendedorismo é o mais ideal para definir isso", aponta.  

"Um aspecto que eu gostaria muito de pontuar é sobre o potencial de dinamização econômica que estas iniciativas têm dentro do território", destaca. Ela lembra que muitas vezes os bairros possuem uma dinâmica à parte em relação à cidade. Alguns estão distantes de grandes centros comerciais, ou são de acesso difícil. Aí, o pequeno empreendedor local é a única alternativa que a população possui. "A distância geográfica do que se considera o centro da cidade estimula as pessoas da periferia a criarem as suas próprias soluções".  

Estes movimentos garantem a sobrevivência de centenas de milhares de famílias negras em Salvador, diz Maylla.

"É importante a gente dar uma ênfase para o aspecto racial. Muitas famílias negras se estruturam a partir destas oportunidades ou da necessidade de empreender e, encontrando neste cenário, o lugar de manutenção das suas vidas", analisa.  

Para ela, é importante entender que ao se falar de empreendedorismo negro ou periférico, a necessidade é um fator definidor. "O pequeno empreendedor, o afroempreendedor, acaba entrando no mercado porque é a única alternativa de sobrevivência que possui". 

Realização 
No dia 13 de setembro 2022, quando saiu de férias na empresa em que trabalhava com carteira assinada, Marcos Pereira começou a realizar o seu sonho profissional. É formado em relações internacionais, mas sempre quis empreender. No último mês de fevereiro foi a vez da esposa dele, Débora, deixar a segurança do trabalho como pedagoga numa instituição de ensino técnico para se juntar ao marido no Gigante no Sabor.  

Débora e Marcos encontraram no Gigante no Sabor uma fonte de realização

“A gente fez um teste de 30 dias, com muito cuidado”, conta o empreendedor. Fizeram uma página no Instagram, fardas, compraram os equipamentos para a cozinha e começaram a vender. A receptividade na vizinhança foi animadora. “Comecei a vender para um vizinho, depois outro e quando as férias acabaram, eu retornei para a empresa, mas já focado em sair para ficar 100% dedicado nos nossos negócios”, conta.  

Débora conta que foi muito importante a preparação do marido, antes de mergulhar no sonho. “Ele tinha uma formação anterior, mas vinha fazendo cursos na área de gastronomia”, conta. O gigante é o responsável pela parte mais operacional, elaboração do cardápio, enquanto ela cuida da gestão do negócio. “A nossa ideia é oferecer um cuscuz diferente desse formato do potinho, com o recheio no meio. A gente quis algo diferente do óbvio, do que todo mundo já está fazendo”. 

E se a ideia é reconstruir, reinventar o prato queridinho do café da manhã nordestino, por que não fazer um recheio com camarão? E que tal, camarão e bacon? “Uma coisa que é importante destacar é que procuramos uma receita em que a pessoa encontre recheio do início ao fim e não apenas no meio”, Marcos já aproveita para vender o peixe. Ou melhor, o cuscuz.  

Culinária nordestina é a inspiração para o casal

“A nossa ideia foi de colocar nos pratos tudo aquilo que ele aprendeu nos cursos que fez, nas formações em que investiu, mas também trazer a nossa cultura, nossa ancestralidade para a comida”, explica Débora. 

Apesar do nome, escolhido em alusão à estatura de Marcos, a empresa ainda é pequenininha. Funciona dentro do apartamento do casal, mas em pouco tempo já modificou as perspectivas de vida deles. Para ter mais espaço para o negócio, vão trocar o imóvel na Boca da Mata por um outro, próximo a ele, porém com mais espaço, para abrigar um restaurante de culinária nordestina. “Nós buscamos evitar assumir custos fixos neste primeiro momento, principalmente com o aluguel”, diz Débora. 

Por enquanto, o casal está investindo em receitas de “cuscuz desconstruído” e apenas com delivery ou retiradas. Mas como dizem, “o cuscuz é apenas o primeiro passo”. Nos planos deles, o Gigante no Sabor terá espaço para receber os clientes e vai oferecer todo o tipo de iguaria culinária nordestina.

“Nós estamos num processo de entender que temos que ser economicamente empoderados, a gente entende que o nosso negócio vai crescer aos poucos e vai nos colocar na posição em que queremos chegar”, destaca Débora.  

Olhar para os pequenos
Os irmãos Francyele Fraga, 31 anos, e Victor Fraga, 20, montaram uma produtora de vídeos para redes sociais, voltada para o atendimento dos micro e pequenos empreendedores. A ideia surgiu a partir de uma experiência anterior de Fran, no atendimento a mulheres empreendedoras. Segundo ela, o serviço passou a ser demandado com as mudanças no algoritmo do Instagram e com a pandemia, que tornou as redes sociais espaços mais relevantes.  

“A gente começou a fazer os vídeos com uma estrutura muito simples e percebemos que dava resultado para os clientes”, lembra Fran. Aí nasceu a ideia de reunir a habilidade de Victor para a produção dos vídeos com a criatividade da irmã, para a produção de conteúdos com um custo mais em conta para os clientes.  

Victor explica que usa bastante o conhecimento que adquiriu assistindo vídeos do YouTube e de redes sociais para conseguir fazer um processo de edição mais ágil, o que barateia os custos. “Em um vídeo que a galera cobra R$ 1,5 mil para fazer, são mais ou menos 30 horas de edição, com um trabalho primoroso, mas que gasta tempo com detalhes que não preocupam o pequeno empreendedor. O que ele quer é apresentar o seu negócio”, diz.  

O perfil dos clientes que buscam os serviços de Fran e Victor é o de empreendedores que têm entre dois e três anos no mercado, já produzem conteúdo para rede, tem clareza do que quer vender, mas não consegue ganhar mercado com a produção própria. Em termos de faturamento, a grande maioria está na faixa de faturamento entre R$ 50 mil e R$ 60 mil por ano. “Tá entre o MEI (microempreendedor individual) e a ME (microempresa)”, explica Fran.

“Nosso cliente é ambicioso, ele nos procura porque está insatisfeito com essa receita de R$ 5 mil, R$ 6 mil, por mês”, ressalta Victor. 

É a barbearia do bairro, por exemplo.  Certa vez, quando foi contratado para fazer vídeos para um espaço de estética, Victor notou que o algoritmo das redes sociais destacavam as produções com imagens de celular, no lugar das mais rebuscadas. A imagem mais simples era ligada ao humor. “Percebi que funciona bem começar a gravar com um celular, mesmo que em seguida passemos para uma câmera”, diz. A relação de clientes passa também por serviços na área de saúde, de autocuidado, profissionais liberais e lojas de bairros.  

Potencialização 
Paulo Rogério Nunes, cofundador da incubadora de startups Vale do Dendê, acredita que existe um espaço enorme para a potencialização das iniciativas empreendedoras das periferias. "A gente tem um potencial enorme na cidade do ponto de vista territorial, para nos destacarmos dentro do cenário nacional", acredita. Para ele é importante fomentar os potenciais que são únicos em cada região da cidade.  

Neste sentido, ele cita o Centro Histórico, como um espaço propício para o desenvolvimento "É um ativo econômico muito forte. Nós temos algumas cidades históricas importantes, mas Salvador é uma metrópole que possui uma área que tem uma riqueza histórica sem igual", avalia. Ele compara a situação à de cidades como Roma, Cartagena e Barcelona. "Quando a gente vai nestes lugares, é onde encontramos os melhores cafés, melhores hotéis, só para citar alguns exemplos dos serviços que são oferecidos", diz.  

Na região da Liberdade e Curuzu, ele já enxerga espaços para a celebração da cultura negra. "Fazendo um comparativo, é impossível ir a Johanesburgo sem ir a Soweto, independente da renda", compara.

"Aqui no Curuzu, nós temos o Ilê, tem museus históricos, a Casa de Maria Felipa, muitos atrativos que poderiam ser atrativos turísticos. A Liberdade já é um polo econômico, mas pode ter mais valor agregado", acredita.  

No Subúrbio, ele aponta para o potencial da Baía de Todos os Santos, com todo um potencial náutico por ser desenvolvido. Paulo Rogério diz já ter sugerido a integrantes do Poder Público a criação de uma versão baiana do Uber Boots, presente em Londres. "Imagina poder conectar Ilha de Maré com Salvador, Paripe, São Thomé, Ribeira e Barra pelo mar? Seria fantástico", acredita.  

Alana Sales, 33 anos, gosta de se apresentar como "uma engenheira química por formação apaixonada por empreendedorismo. "Essa é a minha causa. Eu me reconheci como empreendedora, como empresária, em 2017", lembra. Desde então, investiu num trabalho de desenvolvimento pessoal, como consultora e palestrante. Em 2021, nasceu a Dumato, uma empresa de cosméticos naturais e ancestrais, que ela abriu em sociedade com Rogério Silva. "A gente honra toda a cultura e os saberes dos nossos antepassados", diz.

Alana Sales com o sócio Rogério Silva (Divulgação)

"Como mulher negra, sempre quis trabalhar com cosméticos, sempre quis levar a beleza natural que a gente tem. Sempre sonhei em trabalhar em empresas de cosméticos que tivessem uma responsabilidade social e ambiental", lembra.  

A operação foi iniciada no meio da pandemia, então a opção inicial foi pelas vendas online. Quando o cenário se acalmou mais, veio a ideia de uma loja física: a Casa Dumato. Após muita reflexão, o Centro Histórico foi definido como local ideal para a primeira loja.  

"A gente sempre sonhou em levar a mensagem de Salvador para o mundo, nossa marca representa a nossa cidade, a Bahia, desde as cores até as linhas de produtos", diz. 

Este conteúdo especial em homenagem ao Aniversário de Salvador integra o projeto Salvador de Todas as Cores, realizado pelo Jornal Correio, com patrocínio da Suzano, Wilson Sons, apoio institucional da Prefeitura de Salvador e apoio da Universidade Salvador - Unifacs

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