Proteger e estimular o manejo florestal sustentável
Reserva Legal, segundo o Código Florestal brasileiro, é a área do imóvel rural que, coberta por vegetação nativa, pode ser explorada com o manejo florestal sustentável, nos limites estabelecidos em lei para o bioma em que está a propriedade. Acreditamos que tudo isso pode ser feito, mas sempre de forma amplamente fiscalizada.
Outra opção econômica sustentável e em sintonia com o “novo mundo verde” é o de florestas cultivadas. São áreas reflorestadas por meio de plantio de mudas cultivadas atendendo a um plano de manejo sustentável.
A prática recupera espaços anteriormente degradados, reduz os impactos ambientais e promove o desenvolvimento econômico e social das comunidades do entorno dos plantios e das fábricas que utilizam essa madeira (de origem controlada e certificada) como matéria-prima.
Além de contribuírem para a preservação das matas nativas, as florestas cultivadas ajudam na questão de conservação de solo, contribuem para o abastecimento dos recursos hídricos e preservam o habitat natural para a fauna e flora nativa.
E dão origem a produtos que usam a matéria-prima de árvores cultivadas, o que garante que nenhuma floresta nativa foi utilizada no processo de produção. São produtos que vão dos conhecidos papel, móveis e peças e partes de madeira para construção civil, biomassa, até produtos de beleza, medicamentos, alimentos e roupas.
Assim, acreditamos que não é só proteger; é preciso estimular este manejo florestal sustentável – seja da floresta cultivada ou nativa. E todos que se esforçam nesse sentido devem ser compensados.
Podemos encontrar este tipo de compensação através do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) - mecanismo financeiro para remunerar pelos serviços ambientais prestados nas propriedades que geram benefícios para toda a sociedade - e do mercado de carbono, seja ele regulamentado ou voluntário.
Este mercado permite a compensação do carbono emitido por meio da compra de créditos de projetos de terceiros que resultem na redução efetiva das emissões ou captura de carbono.
Além disso, áreas protegidas (ou cultivadas) podem ser implementadas para dar renda extra, com mel, extrativismo e sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), entre outros.
A população cresce e, com ela, aumenta a demanda por diversos bens de consumo, inclusive os madeireiros e não-madeireiros. Assim, é preciso plantar – com sustentabilidade - para não faltar!
Wilson Andrade é economista e diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF),